Pesquisa mostra Haddad encostado em Eduardo Bolsonaro e amplia tensão bolsonarista para Senado em SP

Uma pesquisa divulgada nesta semana pela Paraná Pesquisas — instituto que tradicionalmente realiza levantamentos para o PL — revelou um dado que acendeu o sinal de alerta entre os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro: o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), aparece tecnicamente empatado com Eduardo Bolsonaro (PL) na disputa por uma das duas cadeiras de São Paulo no Senado. A informação é do blog da jornalista Bela Megale, do Globo.

Apesar de Eduardo figurar numericamente à frente de Haddad, a diferença de apenas quatro pontos percentuais foi suficiente para derrubar a sensação de vitória antecipada que predominava entre as lideranças bolsonaristas paulistas. Internamente, o resultado foi lido como um sinal de que o favoritismo conservador no estado pode estar ameaçado, especialmente caso Haddad confirme sua candidatura — algo que o presidente Lula tem incentivado abertamente.

Outro fator que preocupa aliados de Eduardo é o longo período em que o deputado federal tem passado fora do Brasil. Morando nos Estados Unidos e licenciado da Câmara, ele corre o risco de se distanciar de parte do eleitorado paulista, o que poderia comprometer sua performance em 2026.

A reação do grupo bolsonarista foi imediata. Líderes da direita em São Paulo já articulam uma estratégia para tentar garantir as duas cadeiras do estado no Senado com nomes ligados ao campo conservador. Um dos principais nomes em discussão é o do secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, que recentemente deixou o PL para se filiar ao PP, mirando justamente a vaga de senador.

Na semana passada, Eduardo Bolsonaro e Derrite se encontraram em Nova York para discutir o cenário eleitoral. A conversa deixou claro que os dois avaliam formar uma dobradinha na disputa, com a meta de neutralizar candidaturas da esquerda, em especial a de Haddad, cuja eventual entrada na corrida pode galvanizar parte expressiva do eleitorado progressista paulista.

A crescente competitividade de Haddad também vem sendo interpretada como reflexo de sua visibilidade à frente do Ministério da Fazenda. Embora o cargo o coloque sob intenso desgaste em meio às dificuldades para aprovar medidas econômicas no Congresso, ele também tem ampliado sua presença midiática e política, o que pode favorecer sua performance eleitoral.

Enquanto isso, no núcleo do governo, a possível candidatura de Haddad ao Senado é tratada como prioridade. Lula tem insistido publicamente que o ex-prefeito de São Paulo deve ser o nome do PT na corrida senatorial, o que impulsionaria não apenas a disputa em si, mas também a presença petista em um estado historicamente resistente à legenda.

Com esse novo cenário, a disputa pelo Senado por São Paulo em 2026 tende a se tornar um dos principais campos de batalha política do país, com peso direto no equilíbrio de forças entre o bolsonarismo e o lulismo no pós-governo Lula.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/pesquisa-mostra-haddad-encostado-em-eduardo-bolsonaro-e-amplia-tensao-bolsonarista-para-senado-em-sp/