A Polícia Federal (PF) identificou o papel central das redes sociais na disseminação de ataques e informações falsas durante a tentativa de golpe de Estado após a derrota de Jair Bolsonaro em 2022. A ausência de regulação eficaz facilitou discursos antidemocráticos organizados em aplicativos de mensagens fechados, como WhatsApp e Signal, e amplificados em plataformas abertas como X e Facebook. Segundo a PF, o objetivo era desestabilizar o Estado democrático de Direito.
Entre os 37 indiciados, destaca-se o general Braga Netto, acusado de ordenar ataques contra oficiais contrários ao golpe, incluindo os generais Freire Gomes e Baptista Júnior, tratados como “traidores”. As redes foram usadas para campanhas de desinformação contra esses militares e para disseminar uma carta que pressionava as Forças Armadas a apoiar o movimento golpista.
Influenciadores, como Paulo Figueiredo Filho, tiveram papel relevante na amplificação dessas campanhas. Figueiredo, citado no relatório, negou envolvimento ilícito, afirmando apenas reportar os fatos. Além disso, delações premiadas, como a de Mauro Cid, ajudaram a esclarecer os bastidores da conspiração.
Outro núcleo envolvido operava na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), onde membros orquestravam campanhas de fake news e ataques ao STF. Orientações para criar mentiras sobre figuras públicas foram encontradas em mensagens, como a frase “senta o dedo para galera”. A PF destacou o uso de táticas militares de desinformação para influenciar subalternos e enfraquecer comandantes, criando um clima de adesão fictícia ao golpe.
Com informações do Diário do Centro do Mundo
Fonte: https://agendadopoder.com.br/pf-afirma-que-redes-sociais-tiveram-papel-chave-na-tentativa-de-golpe-de-estado-e-amplificaram-discurso-contra-democracia/