Produção brasileira de café 2024/25 é revisada em 66 milhões de sacas

As exportações na safra 2024/25 devem chegar a 44,2 milhões de sacas (entre julho/junho), com queda de 6,7% sobre a temporada anterior

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A Safras & Mercado divulgou a revisão para a safra brasileira de café 2024/25. O número total de sacas foi indicado em 66,04 milhões, cerca de 4,3 milhões de sacas abaixo da ideia preliminar de 70,37 milhões de sacas.

A produção atual é quase equivalente à colhida na safra anterior, que foi estimada em 65,58 milhões de sacas.

A produção de café arábica é projetada em 45,3 milhões de sacas, um ligeiro avanço de 2,6% em relação à safra anterior. Na estimativa preliminar, a safra de arábica para 2024/25 era colocada em 47,05 milhões de sacas, o que significa que a safra foi revisada 3,6% para menos.

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Já a produção de café canéfora (conilon e robusta) é indicada em 20,70 milhões de sacas, representando um recuo de 3,3% em comparação à safra anterior. Na indicação anterior para 2024/25, a safra de conilon era colocada em 23,32 milhões de sacas, o que significa que a safra foi revisada 11% para baixo.

O consultor da Safras & Mercado, Gil Barabach, observou que problemas no andamento da colheita de café já haviam sido identificados, sinalizando uma possível redução no tamanho da safra brasileira.

“O grande destaque negativo foi a produção de conilon capixaba. A expectativa inicial era que a produção pudesse repetir a safra de 2022/23. Porém o desenvolvimento irregular das lavouras acabou prejudicando a produtividade, resultando em uma safra menor e mais miúda”, afirmou.

Isso justifica o corte de mais de 2 milhões de sacas entre a expectativa inicial de 17 milhões e a ideia atual de 14,90 milhões de sacas de café conilon no Espírito Santo.

Barabach também observou que enquanto indicação de perdas na produção de canéfora foi se configurando desde o início da safra, as perdas na produção de arábica brasileira só ficaram mais evidentes nas últimas semanas, frente à aceleração dos trabalhos de colheita.

“Embora em outras regiões os ajustes foram menores, inclusive, positivos, o Sul de Minas, principal região produtora do Brasil, sentiu bastante mais a sequência de dias com temperaturas bem acima da média. Não houve abortamento, como acontece com um estresse hídrico, o que dificultou a visualização destas perdas”, comentou.

O primeiro indício foi o tamanho de grão menor (peneira mais miúda), com chumbinho estagnando o crescimento devido aos episódios excesso de calor. Já com cerca de 60% da safra colhida, cresceram também os relatos de produtores apontando um resultado abaixo do esperado.

A expectativa inicial para o Sul de Minas era de 19 milhões de sacas, embora abaixo dos quase 21 milhões de sacas colhidos no excepcional ano de 20/21, ainda uma safra grande, repetindo 2018/19.

Porém, a ideia atual é que o Sul de Minas colha apenas 17,40 milhões de sacas, menos que as 17,50 milhões de sacas colhidas no ano passado.

“Outro problema relatado foi a dificuldade para fazer café cereja, devido ao espaço de tempo curto para colheita em virtude da maturação mais acelerada”, avaliou.

Oferta e demanda

Safras estima que os estoques finais de café da temporada 2024/25 do Brasil devem ser de 3,2 milhões de sacas de 60 quilos, com queda de 4,7% sobre os estoques finais de 3,4 milhões de sacas da temporada 2023/24.

As exportações na temporada 2024/25 devem chegar a 44,2 milhões de sacas (entre julho/junho), com queda de 6,7% sobre a temporada anterior (47,4 milhões de sacas).

Segundo Barabach, com a diminuição da safra brasileira e os estoques reduzidos ao final da temporada 2023/24, devido às exportações recordes, a oferta de café para a temporada 2024/25, que inicia nesse mês de julho, ficou menor.

Fonte: https://diariodopoder.com.br/brasil-e-regioes/e01-brasil/producao-brasileira-de-cafe-2024-25-e-revisada-em-66-milhoes-de-sacas