Propina do tráfico para policiais de SP pode ter rendido R$ 15 milhões

Quatro são presos em investigação de corrupção e lavagem de dinheiro entre narcotraficantes internacionais e policiais civis

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Um esquema de corrupção de policiais civis de São Paulo por narcotraficantes internacionais que pode ter movimentado mais de R$ 15 milhões levou a Justiça a bloquear bens e o montante milionário, na Operação Face Off, deflagrada nesta terça (3) para prender quatro investigados e buscar provas dos crimes de corrupção ativa e passiva e de lavagem de dinheiro.

O cerco aos criminosos foi coordenado pela Força Tarefa de Combate ao Crime Organizado (FICCO/SP), que levou policiais federais às ruas da capital paulista e do município de Arujá, em ação conjunta com o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (GAECO/SP), com o apoio da Corregedoria da Polícia Civil. Estão sendo cumpridos 10 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva.

A Justiça determinou o bloqueio de valores em contas bancárias das pessoas físicas e jurídicas investigadas pelas práticas criminosas, até o limite de R$ 15 milhões. E foi deferido ainda o sequestro de veículos pertencentes aos investigados com valor aproximado de R$ 2,1 milhões (tabela FIPE), e de imóveis cujo valor de mercado está estimado em cerca de R$ 8 milhões.

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Propina de até R$ 800 mil

Entre os fatos investigados estão o repasse de propina de R$ 800 mil para investigadores da Polícia Civil de São Paulo, subornados por dois narcotraficantes vinculados a uma organização criminosa responsável pelo envio de diversas cargas de cocaína ao exterior, principalmente à Europa. O ato de corrupção ocorreu em novembro de 2020, e foi seguido de outros pagamentos mensais de valores ainda sob investigação, até pelo menos o primeiro semestre de 2021.

“O pagamento da propina, que foi intermediada por advogados dos narcotraficantes, resultou à época na interrupção (arquivamento) de uma investigação que estava em curso no Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico – DENARC, que apurava a atuação da organização criminosa no tráfico internacional de drogas”, relatou a comunicação social da PF em São Paulo.

O inquérito policial já identificou elementos de prova sobre a ocultação de bens e valores do crime organizado, atribuído aos narcotraficantes e aos policiais civis investigados, além de “laranjas”. A prática de outros crimes antecedentes à lavagem de dinheiro também foram identificados pela investigação, a exemplo do tráfico ilícito de drogas e de crime contra a economia popular (usura pecuniária).

A FICCO/SP é composta atualmente pela Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Secretaria de Segurança Pública do estado de São Paulo SSP/SP, Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo – SAP/SP e Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN).

O nome da Operação Policial, “Face Off”, remete a um filme norte americano, do ano de 1997, em que policial e criminoso “trocam de rosto”. (Com PF em SP)

Fonte: https://diariodopoder.com.br/brasil-e-regioes/csa-brasil/propina-do-trafico-para-policiais-de-sp-pode-ter-rendido-r-15-milhoes