Em meio a gritos de apoio, discussões acaloradas, problemas estruturais e tentativas sucessivas de adiamento, a sessão do Conselho de Ética da Câmara que analisa, nesta quarta-feira (9), o parecer pela cassação do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) se transformou em um campo de batalha político e simbólico. A reunião teve início perto do meio-dia e foi rapidamente dominada por manobras regimentais da oposição à medida, em um ambiente abafado e lotado.
O processo contra Glauber, movido pelo Partido Novo, se baseia no episódio em que o parlamentar expulsou, aos chutes, um militante do MBL das dependências da Câmara. Glauber alega ter agido em legítima defesa. O relator do caso, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), recomendou a cassação — o que provocou forte mobilização por parte de aliados do PSOL.
Mobilização de apoiadores do deputado Glauber Braga (Psol-RJ), antes da sessão do Conselho de Ética que pode aprovar a cassação de seu mandato@evandro_eboli pic.twitter.com/vvTDEGe7bX
— MyNews (@CanalMyNews) April 9, 2025
Logo no início, parlamentares questionaram a escolha da sala, a ausência de ventilação e a superlotação. Militantes, servidores e jornalistas se abanavam com papéis enquanto aliados de Braga apresentavam questões de ordem para atrasar o processo. O presidente do Conselho, Leur Lomanto Júnior (União-BA), negou todos os pedidos, incluindo uma solicitação formal da defesa para substituir o relator por suposta parcialidade.
Do lado de fora e nos corredores da Câmara, manifestantes com cartazes e faixas gritavam “Glauber fica”, ecoando no interior do plenário. O ator Marco Nanini acompanhou a sessão pessoalmente, demonstrando apoio ao deputado fluminense, que também se reuniu com apoiadores antes do início da reunião.
O clima tenso atingiu seu ápice com o embate entre Kim Kataguiri (União-SP) — um dos citados como agredidos no episódio — e Guilherme Boulos (PSOL-SP). Kim acusou a esquerda de “passar pano” para comportamentos inadequados e citou o parecer de Boulos que arquivou um processo contra André Janones. Boulos rebateu afirmando que Kim usou verba pública para contratar empresa ligada ao MBL: “É curioso vê-lo dar lição de moralidade”, ironizou.
O tumulto se estendeu com protestos dentro da sala, levando o presidente do conselho a proibir manifestações durante as falas. Ainda assim, cantos improvisados — incluindo um “parabéns” para a deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ), aniversariante do dia — foram usados como recurso para adiar a sessão e atrair atenção midiática.
Com informações do g1
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Fonte: https://agendadopoder.com.br/video-calor-protestos-e-acusacoes-sessao-sobre-glauber-braga-vira-palco-de-embate-politico-no-congresso/