A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) afirmou nesta sexta-feira (6) que pretende se apresentar voluntariamente às autoridades italianas, com o objetivo de regularizar sua permanência no país e evitar ser vista como foragida da Justiça brasileira. A declaração foi dada em entrevistas ao G1 e à CNN Brasil, um dia após seu nome ser incluído na lista de difusão vermelha da Interpol a pedido do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo Zambelli, sua intenção é “mostrar boa-fé” e solicitar documentos oficiais na Itália, país para onde viajou após deixar o Brasil via Argentina e passar pelos Estados Unidos. “Vou declarar os meus dados para pegar os documentos. Estou aqui de boa-fé. Estou aqui por conta de uma perseguição política. Vou provar isso”, disse a deputada à CNN Brasil.
Condenada a 10 anos e 8 meses de prisão por participação na invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Zambelli também respondeu a outro processo no qual recebeu pena de cinco anos por porte ilegal de arma — decisão que ela considera “ridícula”, alegando possuir porte legal.
Além de afirmar que buscará provar sua inocência, a parlamentar disse temer ser extraditada, mas demonstrou confiança: “Tenho fé em Deus, que não deixará isso acontecer”.
A Folha de S.Paulo não conseguiu contato com Zambelli nesta sexta-feira. O ministro Alexandre de Moraes deve expedir nos próximos dias o mandado de prisão definitivo, com o início da execução da pena e a perda automática do mandato parlamentar.
Na mesma data, a Primeira Turma do STF rejeitou por unanimidade os recursos de Carla Zambelli e de Walter Delgatti Neto — hacker condenado no mesmo processo. Com isso, o Supremo deu fim à tramitação judicial do caso, restando apenas o cumprimento da sentença.
Zambelli vem reiterando que as decisões judiciais contra ela não têm legitimidade e que sua saída do país não significa tentativa de fuga, mas sim busca de proteção. Ela também disse que considera recorrer ao status de refugiada na Itália.
A situação da deputada agora depende da resposta das autoridades italianas, que podem ou não acatar o pedido de refúgio e a eventual solicitação de extradição feita pelo Brasil.
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