O El Niño, fenômeno climático marcado por temperaturas oceânicas acima da média, está praticamente finalizado, após ter sido um dos principais fatores pelo excesso de chuva no Rio Grande do Sul desde o ano passado.
De acordo com a MetSul Meteorologia, mudanças na atmosfera ainda vão acontecer. No entanto, as condições oceânicas deixam de ser decorrentes do El Niño.
Assim,os meteorologistas preveem que, nos próximos dias, a agência de tempo e clima do governo dos Estados Unidos oficialize em boletim o fim do evento que se iniciou em junho do ano passado.
Segundo o último boletim semanal disponibilizado pela agência, a instabilidade de temperatura da superfície do mar era de 0,3ºC na região chamada Niño 3.4, no Pacífico Equatorial Central. A região é usada oficialmente para definir se há um El Niño na forma clássica e de impacto global.
Esse valor, por sua vez, é considerado dentro de uma faixa de neutralidade, o que configura que as anomalias de temperatura da superfície do mar não mais são de El Niño.
Final do Fenômeno já era previsto
O fenômeno El Niño já tinha previsão para terminar entre abril e junho de 2024. A projeção foi divulgada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), na 7ª edição do Boletim Painel El Niño 2023-2024.
Segundo a ANA, desde junho do ano passado, o El Niño apresentou uma faixa de águas quentes em grande parte do Pacífico equatorial. Apesar de apresentar atividade anômalas desde agosto, o fenômeno mostrou sinais de enfraquecimento em relação a meses anteriores.
Tendências a partir de agora
A última vez em que esta parcela do Pacífico apresentou valores na faixa de neutralidade, que variam entre -0,4ºC a +0,4ºC, foi na semana de 24 de maio do ano passado. No pico, a região Niño 3.4 chegou a +2,1ºC, na penúltima semana de novembro de 2023.
A tendência é que no restante deste mês de maio e no decorrer do próximo mês, as águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial se resfriem ainda mais com a instalação de um quadro de neutralidade de curta duração na transição para um evento conhecido como La Niña.
La Niña: o que é?
O evento conhecido como La Niña tem previsão para acontecer nos próximos meses.
Um mapa divulgado no último domingo (12) pela Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA), registrou uma anomalia de temperatura da superfície do mar e já mostrava uma espécie de “língua” de águas frias no Pacífico Equatorial, o que demonstra a previsão de que o fenômeno está para acontecer.
No decorrer do inverno, a tendência é de que a La Niña seja declarada pela agência estadunidense entre os meses de julho e agosto, embora a fase fria já fique evidente nas próximas semanas nos mapas de anomalia de temperatura do mar.
O fenômeno tem impactos relevantes no sistema climático global, e é caracterizado por temperaturas abaixo do normal na superfície do Oceano Pacífico equatorial, central e oriental. O episódio, portanto, contrasta com o El Niño, o que significa que as águas do oceano Pacífico ficam mais frias do que o normal.
Ventos, chuva e temperatura: efeitos do La Niña
O fenômeno climático tem efeitos significativos nos padrões de vento, precipitação e temperatura em todo o mundo. Em sua última aparição, entre 2020 e 2023, a La Niña trouxe sucessivas estiagens no Sul do Brasil e uma crise hídrica no Uruguai, Argentina e Paraguai.
No território brasileiro, os efeitos do fenômeno variam de acordo com a região. Assim, o Sul do Brasil é uma das regiões que sofre com o episódio, onde o risco de estiagem se torna maior e apresenta menor quantidade de chuva, embora que mesmo com a La Niña possam ocorrer eventos de chuva excessiva a extrema com enchentes e inundações. Em contrapartida, o Norte e o Nordeste registram um aumento das precipitações.
Além da chuva, a La Niña também influencia as temperaturas em diferentes partes do mundo. A região Sul, por exemplo, passa a apresentar maior ingresso de massas de ar frio. Por outro lado, com a presença de estiagens, há, simultaneamente, o aumento de ondas de calor e marcas extremas de temperatura alta nos meses de verão na região.
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Enchente atingiu estoque de supermercado na cidade de Canoas, na Grande Porto Alegre (RS)
Crédito: Gustavo Mansur/Palácio Piratini – 06.mai.2024 -
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Casas ficaram cobertas pela água durante enchente na região metropolitana de Porto Alegre (RS)
Crédito: Gabriel Alves Pinto/Divulgação -
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Enchente afetou shopping e supermercado no bairro Mathias Velho, em Canoas (RS)
Crédito: Divulgação/@mbdroners -
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Bairro Mathias Velho, em Canoas (RS), ficou tomado pela água
Crédito: Divulgação/@mbdroners -
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Destruição provocada pela chuva em Lajeado, no Rio Grande do Sul
Crédito: CNN – 13.mai.2024 -
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Ponte destruída após forte chuva em Lajeado (RS)
Crédito: Grupo A Hora -
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Cidade de Lajeado (RS) durante enchente de 2024
Crédito: Grupo A Hora -
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Tornado atingiu a cidade de Gentil, no Rio Grande do Sul
Crédito: MetSul -
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Alagamento na cidade de Rio Grande (RS)
Crédito: Divulgação/prefeitura de Rio Grande (RS) -
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Equipe usa moto aquática para socorrer vítimas da enchente em Eldorado do Sul (RS)
Crédito: Gustavo Mansur/Palácio Piratini – 09.mai.2024 -
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Enchente na cidade de Eldorado do Sul (RS), na região metropolitana de Porto Alegre
Crédito: Mauricio Tonetto/Secom – 09.mai.2024 -
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Mercado Público de Porto Alegre (RS) durante enchente de 2024
Crédito: Wilton Junior/Estadão Conteúdo – 11.mai.2024 -
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Equipes de resgate usam barcos para socorrer pessoas em Porto Alegre (RS)
Crédito: Wilton Junior/Estadão Conteúdo – 11.mai.2024 -
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Chegada de doações a centro de distribuição em Passo Fundo (RS)
Crédito: Rafael Dalbosco/Thenews2/Estadão Conteúdo – 11.mai.2024 -
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Situação do gramado do estádio Beira-Rio, em Porto Alegre (RS), depois de ter sido atingido pela enchente
Crédito: Max Peixoto/Dia Esportivo/Estadão Conteúdo – 13.mai.2024 -
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Deslizamento de terra provocou interdição de pista na altura do km 33 da RS-122, na altura do município de Bom Princípio, situado entre a Grande Porto Alegre e a Serra Gaúcha
Crédito: Eddy Castro/ASI/Estadão Conteúdo – 13.mai.2024 -
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Alagamento na Casa de Cultura Mario Quintana, no Centro Histórico de Porto Alegre (RS)
Crédito: Evandro Leal/Enquadrar/Estadão Conteúdo – 13.mai.2024 -
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Centro Histórico de Porto Alegre (RS) tomado pela enchente
Crédito: Evandro Leal/Enquadrar/Estadão Conteúdo – 13.mai.2024 -
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Vista da enchente na avenida Borges de Medeiros, em Porto Alegre (RS)
Crédito: Miguel Noronha/Enquadrar/Estadão Conteúdo – 13.mai.2024 -
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Águas invadem a avenida Guaíba e o calçadão da praça Araguaia em razão das fortes chuvas e do vento sul na região do Guaíba, no bairro Ipanema, na zona sul de Porto Alegre (RS)
Crédito: Donaldo Hadlich/Código 19/Estadão Conteúdo – 13.mai.2024 -
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Imagem de satélite mostra como ficou a cidade de Porto Alegre (RS) após as tempestades que atingiram a região
Crédito: Divulgação/Nasa -
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Imagens de satélite mostram o antes e depois das enchentes na Grande Porto Alegre
Crédito: Fotos: Google Earth e Divulgação/Inpe
Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/apos-impulsionar-chuvas-no-rs-temporada-do-el-nino-chega-ao-fim-entenda/