No ano passado, o Brasil registrou 1.768 ocorrências de conflitos por terra — e mais de 95% são ocorrências de violências contra a ocupação e a posse de terras, de acordo com dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT), divulgados nesta quarta-feira (23). O número é o maior em 10 anos, desde o início da série histórica em 2015.
A maior parte dos conflitos são de violências contra a ocupação e a posse (1.680), e inclui despejos e expulsões, ameaças de despejos e expulsões, destruição de casas, roças e pertences, pistolagem, grilagem, invasões e outras violências.
Os registros somam 904.532 pessoas envolvidas nos conflitos por terra, de acordo com o estudo.
Em comparação com 2015, o aumento é de mais de 93%. Veja as ocorrências violências contra a ocupação e a posse de terras por ano:
- 2024:1.680
- 2023:1.624
- 2022: 1.530
- 2021: 1.306
- 2020: 1.632
- 2019: 1.313
- 2018: 1.016
- 2017: 1.047
- 2016: 1.136
- 2015: 868
Maranhão lidera nos conflitos por terra (363), seguido do Pará (234), Bahia (135), Rondônia (119) e Amazonas (117), de acordo com os dados. São Paulo ocupa a 17ª posição entre os estados.
Os dados ainda mostram que houve diminuição nas violências nos registros de expulsão, despejo judicial, ameaça de despejo, pistolagem, grilagem, invasão e destruição de pertences.
Por outro lado, houve aumento nas ameaças de expulsão (de 98 para 245, aumento de 150%), desmatamento ilegal (150 para 209, crescimento de 39%), incêndio (91 para 194, ou 113% de aumento), e contaminação por agrotóxicos.
Os fazendeiros são quase a metade dos agentes causadores da violência por terra (44%), sendo também os principais responsáveis pelos casos de incêndios (47%) e desmatamento ilegal (38%), de acordo com a pesquisa. Grileiros, empresários e madeireiros completam a lista dos maiores causadores de conflitos e violências.
Povos indígenas continuam na liderança com 29% dos registros (481) entre os que mais sofrem violência. Na sequência estão sofridos posseiros (425) e quilombolas (221).
Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/brasil/brasil-tem-recorde-de-violencia-para-desocupacao-de-terras-diz-relatorio/