A onça que matou o caseiro Jorge Ávalo na segunda-feira (21), em Mato Grosso do Sul, foi capturada pela Polícia Militar Ambiental na última quinta-feira (24). Agora, o animal passa por uma série de exames para definir se de fato comeu o caseiro.
O objetivo dos exames é verificar se o material genético do caseiro está presente no material biológico da onça, como nas fezes. Caso seja encontrado material da vítima nesta coleta, será possível confirmar que o animal se alimentou com partes de Jorge. Os exames estão sendo realizados no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), em Campo Grande, para onde a onça foi levada após a captura.
As autoridades explicam que a onça pode não ter sido responsável pelo ataque inicial, visto que outros animais podem ter tido acesso ao corpo de Jorge, que estava em um ambiente aberto. Outros animais também podem ter se alimentado do caseiro após o ataque.
Os restos mortais do caseiro foram encontrados a cerca de 280 metros do rancho, o que indica que o corpo foi arrastado pela onça por mais de 50 metros.
Além de material biológico do caseiro, os exames também buscam identificar problemas de saúde ou deficiências que possam ter influenciado o comportamento do animal, que está abaixo do peso e debilitado. No CRAS, o comportamento do animal também será analisado.
O pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) Diego Viana, em entrevista à CNN, explicou que o ataque de onças a humanos é raro.
De acordo com o especialista, a onça ataca humanos em situações de risco. “A onça defendendo filhotes ou uma presa que ela abateu, uma onça ferida, mas, principalmente, é muito importante a gente olhar também para as práticas humanas que geram risco”.
Uma das hipóteses que justificam o ataque do animal é a prática conhecida como “ceva”, que consiste na oferta de alimentos para atrair animais silvestres para o local. A prática é considerada crime ambiental.
As imagens das câmeras instaladas na fazenda onde Jorge trabalhava foram encaminhadas para perícia. Esse material pode fornecer pistas sobre a movimentação da onça na região e os momentos que antecederam o ataque.
O caso
O caseiro Jorge Avalo, de 60 anos, foi atacado e morto por uma onça-pintada na região de mata de Touro Morto (MS), a cerca de 230 km de Campo Grande. Ele foi morto na segunda-feira (21) e seu corpo foi localizado nesta terça (22).
A área é de difícil acesso e caracterizada pela natureza selvagem, com vegetação densa e rica biodiversidade, a região é parte integrante do bioma do Pantanal sul-mato-grossense.
Os restos mortais da vítima foram encontrados seguindo as trilhas deixadas pelo animal na mata. O corpo era arrastado pela onça por mais de 50 metros quando os agentes chegaram ao local.
A onça foi capturada no Pantanal, na última quinta-feira (24), e foi levada para o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), em Campo Grande.
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Vítima foi identificada pela polícia como Jorge Avalo, de 60 anos. • Reprodução/Midiamax
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Vítima foi identificada pela polícia como Jorge Avalo, de 60 anos. • Reprodução/Midiamax
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Vítima foi identificada pela polícia como Jorge Avalo, de 60 anos. • Reprodução/Midiamax
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Vítima foi identificada pela polícia como Jorge Avalo, de 60 anos. • Reprodução/Midiamax
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Vítima foi identificada pela polícia como Jorge Avalo, de 60 anos. • Reprodução/Midiamax
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Vítima foi identificada pela polícia como Jorge Avalo, de 60 anos. • Reprodução/Midiamax
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Onça-pintada foi capturada nesta quinta-feira (24). • Polícia Militar Ambiental do MS
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Onça-pintada foi capturada nesta quinta-feira (24). • Polícia Militar Ambiental do MS
Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/centro-oeste/ms/exames-podem-indicar-que-onca-devorou-o-caseiro-entenda/