Quaest: Motta vira principal alvo da campanha “inimigos do povo” nas redes

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), tornou-se alvo direto de críticas e menções negativas nas redes sociais, após a crise evidenciada entre os poderes Executivo e Legislativo, nas últimas semanas. Conforme pesquisa Quaest divulgada nesta sexta-feira (4/7), ele foi citado em 8% das menções críticas relacionadas ao tema.

O levantamento da Quaest coletou 4,4 milhões de menções nas redes sociais, entre 24 de junho a 4 de julho deste ano. Segundo a Quaest, Motta passou a ser visto como um símbolo do chamado “Congresso da Mamata”, termo que viralizou e integra a lista dos tópicos mais comentados.

Na avaliação do instituto, os 8% de menções a Hugo Motta significam a personalização das críticas ao Congresso. Uma publicação relacionada ao patrimônio dele, e que teve mais de 34,7 mil visualizações, foi destacada no relatório da pesquisa.

“Quem declara aeronave como patrimônio tem condições de decidir o que é melhor para quem anda de transporte público? Taí a última declaração de bens de Hugo Motta, mostrando que de luxo ele entende”, diz trecho da mensagem.

5 imagensHugo Motta, presidente da Câmara, durante votação da derrubada do decreto do IOFHugo Motta, presidente da Câmara, durante votação da derrubada do decreto do IOFLíder do PL, Sóstenes Cavalcante, conversa com presidente da Câmara, Hugo Motta, no plenárioHugo Motta, presidente da CâmaraFechar modal.1 de 5

O presidente da Câmara, Hugo Motta

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Hugo Motta, presidente da Câmara, durante votação da derrubada do decreto do IOF

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Hugo Motta, presidente da Câmara, durante votação da derrubada do decreto do IOF

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Líder do PL, Sóstenes Cavalcante, conversa com presidente da Câmara, Hugo Motta, no plenário

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Hugo Motta, presidente da Câmara

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Congresso x governo federal

Desde o começo do embate direto entre Legislativo e Executivo, 61% de menções negativas, relacionadas ao tema, foram feitas ao Congresso e 11% ao governo. Foram acompanhadas as plataformas: Twitter (X), Instagram, Facebook, Reddit, Tumblr e YouTube) e site de notícias.

Nos últimos dias, os perfis de partidos de esquerda, principalmente o Partido dos Trabalhadores (PT), têm divulgado vídeos que levantam a necessidade de ajustes na cobrança de impostos para promover justiça social no país.

Os vídeos acusam o Congresso de defender os interesses dos ricos e também miram o presidente da Câmara dos Deputados, acusado de não se importar com a parcela menos favorecida da população. “Quem alimenta o ‘nós contra eles’ acaba governando contra todos”, reagiu Motta em vídeo postado nas redes sociais nesta semana.

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O começo da crise

O governo federal e o Congresso Nacional travam um embate em torno do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A crise começou no dia 22 de maio deste ano, quando o governo federal publicou um decreto estabelecendo a cobrança de IOF em operações e investimentos antes isentos, além de aumentar alíquotas em algumas transações sob as quais já havia incidência do tributo. Depois disso, houve reação do Congresso e reuniões entre os poderes sobre o tema.

Um acordo chegou a ser divulgado, mas as lideranças da Câmara e do Senado recuaram. Sem um consenso, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), editou um novo decreto sobre o IOF em 11 de junho. No entanto, o ato presidencial foi tornado nulo com a aprovação no Congresso de um decreto legislativo no último dia 25.

Em meio aos embates entre os Poderes, outros temas envolvendo justiça fiscal entraram nas discussões. Um exemplo foi a proposição do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para a cobrança do Imposto de Renda sobre os inventimentos em Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), hoje isentas.

A derrubada do decreto assinado por Lula foi chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) por meio de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) na última sexta-feira (27/6). Na última terça-feira (1º/7), a Advocacia-Geral da União (AGU) decidiu ingressar na Corte para questionar a decisão do Congresso e restabelecer a validade do decreto assinado pelo presidente.

Fonte: https://www.metropoles.com/brasil/quaest-motta-vira-principal-alvo-da-campanha-inimigos-do-povo-nas-redes