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A medida leva a uma escalada global contra a política tarifária de Trump, que repercutiu especialmente na China, e pode levar a um conflito além do campo econômico
A China reagiu à altura à guerra comercial desencadeada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que anunciou uma tarifa de 34%, além dos 20% que ele impôs no início deste ano, elevando o total de novas taxas para 54%.
Em comunicado divulgado pela Xinhua, agência estatal chinesa, o governo de Xi Jinping anunciou que vai impor tarifas adicionais de 34% sobre todos os produtos importados dos EUA a partir de 10 de abril.
A medida leva a uma escalada global contra a política tarifária de Trump, que repercutiu especialmente na China, que tem nos EUA o seu maior mercado consumidor. As medidas do presidente extremista dos EUA também renderam reações da União Europeia.
Com a taxação, Trump acumulou uma taxação de 54% dos produtos chineses, além de outras tarifas, de 25%, impostas em seu primeiro mandato, o que eleva ainda mais esse patamar sobre o principal parceiro comercial até então.
O impacto sobre a economia chinesa se dá ainda através de tarifas impostas por Trump a países da Ásia e outras nações, que receberam investimentos do governo chinês.
Desde que Trump começou a impor tarifas à Pequim, há sete anos, muitas empresas chinesas despejaram bilhões de dólares na construção de parques industriais em países como Vietnã, Camboja, Tailândia, Malásia e México.
Essas instalações importam componentes da China, montam-nos em produtos acabados e os enviam para os Estados Unidos.
No entanto, haverá perda de competitividade, já que Trump elevou tarifas sobre esses países também. O México, por exemplo, terá uma taxação adicional de 49%.
“É um esforço direcionado para selar as portas dos fundos para o acesso chinês ao mercado dos EUA”, disse Dan Wang, diretor da China no escritório de Cingapura do Eurasia Group, ao jornal The New York Times. “O resultado são custos de importação permanentemente mais altos da China, seja diretamente ou por meio de terceiros países”.
A reação da China mostra que a guerra comercial pode sair da área econômica e chegar ao campo militar.