Dólar sobe mais de 1% após falas de Lula sobre gastos e fica acima de R$ 5,50; Bolsa cai

O dólar à vista operava em alta de mais de 1% na manhã desta quarta-feira (26), influenciado pelas falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que voltou a criticar o corte de gastos e defender o equilíbrio fiscal através da arrecadação.

Às 13h20, a moeda norte americana subia 1,11%, a R$ 5,5108. No mesmo horário, o Ibovespa caía 0,13%, aos 122.169,78 pontos.

O dólar já começou o dia em alta, em sintonia com o avanço quase generalizado da moeda norte-americana no exterior, com investidores no Brasil avaliando ainda os dados do IPCA-15. Mas ganhou ainda mais força após as falas de Lula.

“Problema não é que tem que cortar. Problema é saber se precisa efetivamente cortar ou aumentar a arrecadação. Precisamos fazer esta discussão”, disse em entrevista ao UOL, quando questionado sobre medidas para reduzir despesas.

 

Investidores também estão na expectativa de edição nesta quarta-feira, por Lula, de decreto que formalizará a meta contínua para a inflação, substituindo o atual sistema, que segue o ano-calendário. O presidente confirmou a mudança na entrevista ao UOL.

Na entrevista, Lula também desconversou sobre a possibilidade de o diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, substituir Campos Neto a partir de 2025. Lula classificou Galípolo como um “companheiro” preparado, mas disse que ainda não pensa na sucessão de Campos Neto no BC — outro tema bastante sensível para o mercado.

Na terça-feira (25), o dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 5,4545 na venda, em alta de 1,19%.

 

IPCA-15

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, subiu 0,39% em junho, ante alta de 0,44% no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa da Reuters com economistas estimava elevação de 0,45 por cento para o período.

Na visão da economista para Brasil do BNP Paribas, Laiz Carvalho, o dado não muda as expectativas de inflação para o ano, e assim não deve trazer nenhum alívio para o Banco Central.

“Continuamos esperando (uma alta) de 4% para o IPCA esse ano… e também nenhum corte de taxa de juros em 2024”, afirmou.

O Banco Central fará nesta sessão leilão de até 12 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de agosto de 2024.

Com Reuters

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/economia/mercado/mercado-financeiro-26-junho-2024/