Exposição celebra a arte afro-brasilidade com 300 obras no Rio

A arte afro-brasileira está em foco na exposição Afro-Brasilidade, homenagem a dois Valentins e a um Emanoel, em cartaz no Rio de Janeiro, a partir desta sexta-feira (11). A nova mostra no espaço FGV Arte, na Praia de Botafogo, foi concebida como um tecido simbólico, que se expande e se entrelaça, capaz de conectar diferente territórios e temporalidades.

A exibição percorre um caminho que vai desde o pano da costa, um elemento presente nos rituais da vida africana, até em esculturas históricas, que dialogam com a ancestralidade e a resistência cultural afro-brasileira.

O público pode conferir entre as alas o mais antigo manuscrito de um escritor negro no Brasil, além de outros quadros, telas e joias ditas crioula-baiana do século 19, além de uma penca de balangandãs.

 

O curador Paulo Herkenhoff explica que prezou pela complexidade da história afro-brasileira, com uma abordagem que não esconde o período escravocrata na formação cultural do país.

“A exposição lida com obras com história, como uma forma de indicar que existe história afro-brasileira. O passo seguinte era buscar questões singulares dessa arte com história”, detalha.

A literatura do Brasil também tem destaque na exposição da FGV Arte. Uma dupla de obras dedicada a Machado de Assis, composta de um retrato e de um manuscrito também podem ser encontradas na mostra. Já as esculturas foram pensadas de acordo com as diferenças geográficas do Brasil.

“Temos jovens artistas baianos como David Sol, Emanoel Saravá, Letícia França, Guilherme Almeida, Shai Andrade e Karamujinho. Este último, inclusive, apresenta sua obra pela primeira vez no Rio de Janeiro. Temos o compromisso com essa amplitude temporal e geográfica”, comenta o também curador João Victor Guimarães.

Além da pluralidade territorial, a mostra tem o cuidado de resgatar artistas esquecidos, historicamente marginalizados no circuito tradicional de arte, o que inclui telas inéditas, nunca antes exibidas ao público.

“A Afro-Brasilidade é uma homenagem aos artistas que construíram, dentro dos limites e das propostas e técnicas da arte ocidental, pensamentos e manifestações para além do ocidente”, finalizou Guimarães.

Novo prédio do Masp amplia exposições de arte em São Paulo

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/entretenimento/exposicao-celebra-a-arte-afro-brasilidade-com-300-obras-no-rio/