A entrevista de Lula à CBN causou vários terremotos ao mesmo tempo. No mercado… com as afirmações contra Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central. Entre os empresários… com a afirmação de que quem pede corte de gastos está ganhando benefícios fiscais. Na política… ao avisar que pode ser candidato para enfrentar o “troglodita”, o “negacionista”. Ou… nas críticas ao Congresso.
No caso do BC afeta diretamente a reunião do Copom que começou na manhã desta terça, 18. Coloca em situação complicada até os diretores que foram escolhidos por ele. Como votarão de forma técnica se tudo foi tão politizado pelo presidente Lula? É verdade que o próprio presidente do BC politizou também quando foi receber homenagems de Tarcísio de Freitas nesse ambiente envenenado da extrema direita.
Ao dizer que pode ser candidato se o cenário for de polarização, Lula mantém seu governo atraindo atenção. É óbvio que o presidente ficaria mais fraco se negasse qualquer possibilidade de ser candidato. Por outro lado, será o petista tentando um quarto mandato (16 anos no poder), o que pode não fazer bem para a democracia, apesar não haver nenhum impedimento legal.
Não me entendam mal, leitores e leitoras.
Lula tem o direito de ser candidato novamente e de criticar quem quer que seja… mas a fala de um presidente pode, sim, gerar consequências fortes. O mandatário faz isso após a pior semana do governo e do ministro Fernando Haddad, e a coluna avisou na sexta, 14, que esta semana poderia ter novas turbulências com a reunião do Copom no Banco Central.
Fonte: https://veja.abril.com.br/coluna/matheus-leitao/os-varios-terremotos-causados-pela-nova-entrevista-de-lula/