Quem saiu vitorioso com a demissão de Prates da Petrobras

Mais que desconfortável no governo, Jean Paul Prates vivia sendo minado pela ala intervencionista do governo Lula.

A verdade, neste caso da saída do agora ex-presidente da Petrobras, é que ele estava sendo fritado em praça pública pelo ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira.

Jean Paul Prates tentou, desde o início, por exemplo, distribuir os dividendos extraordinários, mas o ministro orientou conselheiros que controlava na estatal a votar contra, gerando uma das muitas crises dos últimos meses.

E crise desnecessária porque no final metade dos dividendos extraordinários foi distribuída exatamente como propunha Prates.

Esse episódio deveria fortalecê-lo, mas a fritura continuou. Apesar de ter sido vencido esse embate, Alexandre Silveira continuou falando o contrário de tudo que Jean Paul Prates dizia.

Certa feita – em entrevista à jornalista Mônica Bergamo -, o ministro falou que não abria mão dos poderes que detinha na Petrobras. Era mais um recado pública para Prates.

O fato é que – agora, com a demissão – venceu a ala mais intervencionista do PT mesmo que, esta mesma política no passado, tenha causado estragos gigantescos na estatal do petróleo. Ou, para usar um português mais claro, levado a empresa ao prejuízo.

Em carta aos amigos, em que avisou que estava sendo demitido, Jean Paul Prates deixou claro que não queria sair. Saiu contrariado, demitido e atirou contra o próprio Silveira e Rui Costa, o ministro-chefe da Casa Civil de Lula.

Deixou claro no aviso que a sua “missão foi precocemente abreviada na presença regozijada de Alexandre Silveira e Rui Costa”.

Todo o episódio é bem negativo para o governo, e houve erro até no momento da demissão: hoje o presidente Lula está em Porto Alegre, onde foi levar medidas concretas de ajuda às famílias gaúchas, e a bolsa de valores despenca…

Fonte: https://veja.abril.com.br/coluna/matheus-leitao/quem-saiu-vitorioso-com-a-demissao-de-prates-da-petrobras/