Com cerca de 10 mil empresas industriais, setor impulsiona a economia do Estado

A soma da riqueza gerada pela indústria do Rio Grande do Norte, em um ano, fica próxima de R$ 15 bilhões. Esse Produto Interno Bruto (PIB) do setor industrial potiguar equivale a 20,7% dos 71 bilhões que correspondem ao do Estado, percentual semelhante à participação das empresas industriais no PIB nacional. Os números são os mais recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e demonstram o potencial do setor no estado.

Outros indicadores corroboram que a indústria é fundamental para a economia potiguar. Nas 9.659 empresas industriais do Rio Grande do Norte — de acordo com os números sistematizados pelo Observatório da Indústria Mais RN — há 118.450 vínculos formais de trabalho, dos quais 38.739 na construção civil, 10.178 na extrativa; 59.966 na de transformação e 9.567 nas de Serviços de Utilidade Pública (água, gás, eletricidade e resíduos sólidos).

Dados consolidados da Secretaria de Fazenda do Estado de 2023 demonstram que a maior movimentação financeira da indústria se deu em novembro de 2022, quando atingiu o pico de R$ 2,5 bilhões em movimentação. Em outro ponto, o menor valor se deu em abril de 2023 com movimentação de R$ 1,8 bi, ainda assim um valor expressivo. E as informações mais recentes do Departamento de Economia e Estatística da FIERN indicam que 2024 representa uma retomada da produção industrial, visto que a Utilização da Capacidade Instalada (UCI), no mês de março, avançou 5% e alcançou uma média de 75%.

Todos esses números confirmam, assim, que a indústria tem uma contribuição inegável para a economia potiguar. Além da produção, riqueza e empregos que gera diretamente, há o efeito multiplicador. A produção do setor impulsiona diferentes empreendimentos, ao estimular um ciclo de incentivos com a procura por matérias-primas, serviços, transporte e uma série de outras atividades relacionadas.

“No Rio Grande do Norte, temos cerca de 10 mil indústrias a serviço do desenvolvimento econômico sustentável. Nelas, além dos empreendedores heroicos e resistentes, trabalham mais de 118 mil pessoas. São empregos diretos, que sustentam famílias e avivam a economia do nosso estado. O setor industrial é relevante e imprescindível para a distribuição de renda e para a cidadania. E o Sistema Indústria, formado pela FIERN, SENAI, SESI, IEL e sindicatos, trabalha para o fortalecimento do nosso parque industrial. Indústria é sinônimo de progresso, inovação, tecnologia e emprego”, destaca o presidente da FIERN, Roberto Serquiz.

FIERN defende avanços na logística, regulamentação e uma política industrial para o RN

A indústria do Rio Grande do Norte enfrenta entraves logísticos, alguns semelhantes aos enfrentados nos demais estados e outros específicos, que dificultam avanços. Envolvem, por exemplo, deficiências em infraestrutura e falta de atualização regulatória. Por isso, a FIERN tem atuado na defesa dos legítimos interesses do setor, para mostrar os potenciais do Estado e, ao mesmo tempo, na articulação para manter e ampliar uma interlocução com os Poderes Públicos e parlamentares no sentido de destacar a necessidade de superar esses entraves.

“O Rio Grande do Norte precisa melhorar sua competitividade. Sabemos das dificuldades do Estado [para garantir investimentos públicos], mas com criatividade há alternativas para que possamos evoluir e temos apresentados projetos e sugestões”, ressalta Roberto Serquiz.

Ele cita um levantamento feito pelo Observatório da Indústria Mais RN sobre a viabilidade econômica para a recuperação do Porto de Natal. “Esse Porto já foi vetor de desenvolvimento. Hoje, escoa apenas 3% de nossa produção. Então, precisa ser reativado”, defendeu.

O estudo fez o levantamento do potencial de cargas e a pesquisa junto a empresas que fazem o transporte por via marítima e encontrou a melhor alternativa para restituir a capacidade do terminal portuário para operação. Com investimento de R$ 260 milhões — para dragagem no Rio Potengi, aquisição de scanner, guindaste e instalação de defensas na Ponte Newton Navarro — é possível voltar a transportar cargas via Porto de Natal.

A defesa de melhorias no porto é um dos projetos defendidos pelo presidente da FIERN na interlocução que tem mantido com os Poderes instituídos e com a bancada federal na defesa dos legítimos interesses da indústria. “Temos um diálogo aberto e independente nesta direção. Oferecemos nas reuniões com a governadora e com o vice-governador, por exemplo, na colaboração e apoio para o desenvolvimento do Estado”, afirmou. O levantamento sobre o Porto de Natal integra os projetos que abordam a necessidade de melhorias logísticas. Essas preocupações da Federação das Indústrias também envolvem os modais rodoviário, aéreo e ferroviário.

Entre as ações da FIERN, estão em desenvolvimento o Cluster Tecnológico Naval do Rio Grande do Norte, para impulsionar a Economia do Mar; e na Unidade de Desenvolvimento Industrial da Federação, a articulação dos polos Pesqueiro, em Areia Branca; da Confecção, na região do Seridó; do Boneleiro, em Serra Negra do Norte; e do Moveleiro, em Natal.

O presidente da FIERN informa ainda que a Federação apresentou — nestes encontros com a governadora Fátima Bezerra, com o vice-governador Walter Alves, com parlamentares e demais representantes dos Poderes — a proposta de uma Política Industrial para o Rio Grande do Norte. Ele ressalta que instituir uma Política Industrial é essencial, uma vez que a reforma tributária que começará a ser executada, tão logo a regulamentação seja aprovada, prevê o fim da guerra fiscal para 2032.

“Precisamos preparar o Estado, para depois. Buscar a qualificação para aproveitar com as potencialidades do RN, uma vez que vão acabar os incentivos fiscais, a exemplo dos estabelecidos com o Proedi, como diferencial”, alerta.

Nessa circunstância, a capacidade de potencializar vocações será fundamental. Serquiz pontua também que é preciso evoluir com relação aos licenciamentos para descentralizar o licenciamento. Com esses projetos e ações, a intenção é assegurar um ambiente que proporcione condições mais favoráveis para o crescimento da indústria do Rio Grande do Norte.

A INDÚSTRIA DO RN

  • 9.659 indústrias no RN, das quais:
  • 4.409 indústrias de transformação,
  • 4.642 construção civil,
  • 353 Serviços Industriais de Utilidade Pública e
  • 254 indústrias extrativas minerais.

Quanto a indústria do RN emprega:

  • 118.450 vínculos na indústria, distribuídos em:
  • 38.739 na construção civil,
  • 10.178 na extrativa;
  • 59.966 na transformação e 9.567 nas indústrias de Serviços de Utilidade Pública (água, gás, ele-
  • tricidade e resíduos sólidos).
  • PIB da indústria do RN, comparação com o PIB nacional
  • O PIB do RN alcançou R$ 71,1 bi; dos quais a indústria representou R$ 14,7 bi (equivalendo a 20,7%).

Fonte: https://agorarn.com.br/ultimas/10-mil-empresas-setor-economia-do-estado/