A prefeitura de Parnamirim enfrenta um cenário de crise financeira, segundo a prefeita Nilda Cruz (Solidariedade). Após assumir o cargo em janeiro, ela anunciou que o município herdou um passivo de R$ 337 milhões em dívidas e que a atual gestão conta com apenas R$ 33 milhões disponíveis para honrar compromissos e manter os serviços essenciais.
De acordo com a prefeita, o município acumula R$ 150 milhões em débitos previdenciários, R$ 12 milhões em precatórios estaduais e federais, R$ 39 milhões em dívidas trabalhistas, R$ 156 milhões em pendências com fornecedores e R$ 31 milhões de pagamentos atrasados de compras de medicamentos e insumos. Outros débitos incluem R$ 8,5 milhões em repasses a cooperativas médicas, R$ 12,5 milhões para empresas terceirizadas, R$ 1,25 milhão em contas de luz vencidas desde novembro e R$ 2,4 milhões em atrasos no pagamento de veículos alugados, incluindo ambulâncias e máquinas pesadas.
A prefeitura conseguiu, segundo Nilda, negociar parte dos débitos com impostos federais, garantindo o repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e possibilitando o pagamento da folha salarial de janeiro. Também foi negociada a conta de energia com a Cosern, resultando no pagamento inicial de R$ 799 mil e o parcelamento do restante da dívida.
Diante do quadro fiscal, a gestão decretou medidas de ajuste, incluindo suspensão do pagamento de plantões, horas extras, diárias, licenças-prêmio e conversão de férias em dinheiro. Além disso, foi implementada uma revisão de contratos e a redução de 30% nos cargos comissionados, o que resultou em uma economia de aproximadamente R$ 1 milhão.
A infraestrutura da cidade também enfrenta desafios, com alagamentos históricos em diversos pontos do município. Para minimizar o impacto das chuvas, a prefeitura iniciou um plano emergencial, incluindo a limpeza de bueiros, manutenção de bombas de drenagem e desobstrução de lagoas de captação. Em Santa Teresa, uma lagoa foi construída recentemente, mas a operação depende da instalação de um poste de alta tensão, cuja solução está sendo negociada com a Cosern.
A saúde municipal também passa por reestruturação. Segundo a prefeita, o estoque de medicamentos estava sem controle de entrada e saída, dificultando a distribuição nas unidades de saúde. Foi constatada a existência de medicamentos vencidos e equipamentos encaixotados sem uso. A administração iniciou um levantamento e redistribuição desses insumos e anunciou a reformulação da Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (Remume) para adequação às necessidades locais.
Na educação, o início do ano letivo está previsto para 11 de fevereiro. A prefeitura afirma estar realizando a manutenção emergencial das escolas e complementando o quadro de professores através de processos seletivos e convocações. Também foi garantida a disponibilidade de transporte escolar para alunos que não conseguirem vagas em unidades próximas de suas residências.
A relação da gestão municipal com a Câmara de Vereadores conta com apoio de 14 dos 21 parlamentares. A prefeita afirmou que a prioridade é a organização da administração e que os projetos do Executivo serão apresentados ao Legislativo conforme forem estruturados.
Na segurança pública, a prefeitura analisa o impacto orçamentário para convocação de 57 guardas municipais aprovados em concurso. A meta da gestão é aumentar o efetivo da Guarda Municipal de 142 para 300 agentes.
Em relação ao Carnaval, Nilda afirmou que as festividades estão mantidas. O município deve priorizar atrações locais, mas também prevê a contratação de bandas nacionais.
No plano político-administrativo, a gestão municipal anunciou que buscará diálogo com a governadora Fátima Bezerra (PT) e o governo federal para destravar investimentos. Entre os projetos em andamento, estão obras do programa Minha Casa Minha Vida, com previsão de entrega de 192 apartamentos e a liberação de novos empreendimentos habitacionais com 240 unidades.
Fonte: https://agorarn.com.br/ultimas/33-milhoes-caixa-prefeitura-de-parnamirim/