“Uma pessoa que gosta de comemorar bons momentos com a gastronomia”, é assim que Érika Oliveira se define. A jornalista de 29 anos, que sempre teve uma relação es3pecial com a cozinha, partiu de uma ideia simples ao lado do companheiro e sócio, Matheus Grillo: presentear amigos com comidas feitas por eles no Natal do ano passado.
O gesto afetuoso logo se transformou em algo maior — e assim nasceu a Canela, uma doceria sazonal criada pelo casal para tornar as datas comemorativas ainda mais doces.
Criadora do blog Flambado na Cachaça, onde mistura jornalismo e paixão gastronômica, Érika conta que cresceu ao lado da mãe, aprendendo os segredos da confeitaria. “Eu fui uma criança que ficava junto da minha mãe na cozinha o tempo todo e aprendi com ela especialmente a fazer doces.” Sua paixão virou prática já na faculdade, quando vendia bolos para pagar a formatura. “Levava bolo de maracujá, de laranja, de cenoura com chocolate… tinha que levar dois. Um para a manhã e um para a tarde, porque senão esgotava e dava briga.”
Matheus tem 27 anos, é barista, consultor de cafeterias, e também carrega no peito uma memória afetiva que começou ainda na infância. Cresceu vendo sua mãe cozinhar e foi nesse cenário que nasceu sua paixão pelo universo culinário. Como a mãe não se arriscava muito no mundo dos doces, Matheus acabou assumindo esse papel. “Gostava de fazer bolo e coisas diferentes, e nunca repetia a mesma receita”, relembra.
A relação dos dois com a infância não para por aí. Esse resgate afetivo é, aliás, o coração da campanha de Páscoa da Canela. “A campanha de Páscoa desse ano surgiu a partir das nossas lembranças, minhas e do Matheus. A gente pensou, por que não resgatar essa nostalgia? De uma Páscoa de antigamente, uma Páscoa com sabor de infância, que é o nosso conceito.”, explica Érika.
Matheus, que divide com Érika não só a administração da doceria mas também a vida, explica sobre o processo de criação do catálogo de Páscoa: “o resultado foi um cardápio enxuto e simbólico: cascas recheadas de brigadeiro, beijinho, doce de leite, maracujá, chocolate com laranja, ganache com geleia de morango”, sabores simples, mas carregados de nostalgia.
No negócio, cada um tem seu forte: “ele fica mais na parte do administrativo, porque ele tem experiência em gestão comercial, e eu fico mais no branding, nas redes sociais”, explica Érika. Mas os dois dividem a cozinha, o atendimento, o planejamento do cardápio e o amor pela confeitaria.
Ao ser perguntada sobre o diferencial da Canela, Érika comenta que o storytelling das campanhas – arte de contar histórias de forma envolvente – é o que torna a doceria tão única, além da atenção à qualidade e a escolha por itens naturais. “Temos muito cuidado com os insumos que usamos em relação ao chocolate. É chocolate nobre. Em relação a usar produtos in natura, por exemplo, fazemos o recheio de maracujá com uma geleia, que é feita por nós com a fruta, para não utilizar pastas saborizadas.”, diz.
De conselho para outras mulheres que sonham em empreender, Érika conta que sua dica é se especializar no nicho que deseja atuar e também na gestão dos negócios. “Se você quer fazer disso sua principal fonte de renda, é muito importante que se tenha um conhecimento da gestão da empresa, de controle de estoque, de fluxo de caixa, de precificação correta, de margem de lucro… Isso são pontos que parecem até tabus de se falar mas para a pessoa que quer empreender, isso é essencial, porque não adianta você abrir o negócio apenas pela beleza de fazer”.
Após a Páscoa, a próxima campanha da Canela será para o Dias das Mães e pretende trazer novidades, além dos pães, bolos e biscoitos. “Estamos pensando em um produto diferenciado, que aproxime as mães dos filhos e dos netos, para quem queira presentear uma figura materna”, revela Erika.
E sobre o futuro da Canela, o casal conta que não pretende expandir para algo fixo: “a Canela foi pensada pela saúde do negócio e de quem está por trás. Vamos manter ela sazonal, então abrimos e fechamos dependendo do período do ano”.
E para quem recebe um presente da Canela, a experiência vai além do sabor. Érika explica que o principal propósito da doceria é criar momentos especiais por meio de cada presente. Nesta Páscoa, essa experiência ganha um toque ainda mais especial: ela nos leva de volta à infância — ao lugar onde tudo começou e onde ainda vive um pedacinho doce da vida.
Em um cenário onde os preços dos ovos de Páscoa subiram quase três vezes mais que a inflação, o empreendedorismo do casal Érika Oliveira e Matheus Grillo surge como uma alternativa afetuosa, criativa e acessível para quem busca manter viva a tradição pascal sem comprometer o orçamento. A doceria tornou-se um exemplo de como o empreendedorismo pode transformar lembranças e afetos em oportunidade de renda.
Enquanto supermercados registram aumento de até 12,91% nos preços dos ovos, iniciativas como a deles oferecem produtos artesanais de alta qualidade.
Fonte: https://agorarn.com.br/ultimas/casal-infantis-em-presentes-de-pascoa/