Está presente na essência humana transformar sentimentos em arte, e Pedro Silveira, potiguar, nascido e criado no município de Parnamirim, conseguiu dominar isso muito bem. Aos 26 anos, o cantor lançou seu novo EP, intitulado “Efeito Colateral”, trabalho que, segundo ele, costura experiências amorosas, encontros e desencontros, numa narrativa que pulsa como um telefonema sincero.
Ao dividir sua paixão pela música e seu trabalho como médico, Pedro comenta que essa rotina foi capaz de ser uma das inspirações para entender o conceito do nome do EP. “Enquanto médico, lido diariamente com queixas dos meus pacientes sobre efeitos colaterais causados por medicamentos. Enquanto indivíduo que se apaixona, lido constantemente com os efeitos colaterais de saudade, do desejo e do encanto, causados pelas aventuras românticas vividas”, diz.
A construção dessa obra, como ele mesmo conta, começou em 2021, logo após o lançamento de seu primeiro EP, “Nu e Cru”. O mergulho no estúdio despertou em Pedro um “desbloqueio criativo” que desaguou em composições de diversos gêneros e temas. Mas “Efeito Colateral” não é apenas um álbum: é uma conversa íntima sobre os efeitos do desejo, da saudade e do amor, um espelho das cicatrizes e das belezas deixadas pelos romances em sua trajetória.
Dentre as oito faixas presentes no disco, o artista destaca que os duetos com as cantoras Samara Alves em “Faísca” e Alba Miranda em “Alucina” são os seus xodós. “Ter a oportunidade de cantar com duas artistas que, além de minhas amigas íntimas, são grandes inspirações na carreira musical é, sem dúvidas, uma dádiva. Desde os ensaios até a gravação em estúdio, foi delicioso demais dividir este processo de colaboração com Alba e Samara”.
Embora a música esteja hoje no centro de sua vida, Pedro só se assumiu como artista durante a faculdade de Medicina, ao integrar o projeto Medvoice. Foi ali que o garoto que escrevia poemas e arranhava acordes no violão começou a sonhar mais alto. Em 2022, lançou o EP “Nu e Cru”, abordando saúde mental e recomeços. Em 2024, explorou o pop eletrônico com o remix de “Obsessão”. Agora, com “Efeito Colateral”, ele mergulha em brasilidades, batuques e uma pluralidade que reflete sua essência.
Um pássaro no mundo
Pedro Silveira é, antes de tudo, um artista movido pela pluralidade. “Eu canto tudo aquilo que é ‘popular’ e que faz parte da construção do imaginário cultural brasileiro”, afirma. Sua música é um mosaico de influências, que vai do samba ao indie, do blues ao samba-reggae, do R&B ao folk. “Cresci ouvindo os mais variados gêneros dentro de casa, e isso moldou minha identidade musical. Não me vejo restrito a apenas um ritmo. Costumo dizer que sou um pássaro do mundo, mas minha alma é brasileira, e no meu canto cabe a pluralidade inteira.”
Entre os momentos mais marcantes dessa caminhada, Pedro relembra com carinho a emoção de ter sido finalista do Prêmio Potiguar de Música em 2021, um reconhecimento que veio ainda no início de sua jornada. Outro marco foi seu show autoral na Casa da Ribeira, em 2022, um espaço cultural icônico de Natal que o conectou de forma ainda mais íntima com o público local.
“Busco ser agradecido por cada passo e por cada conquista, pois, por menores que pareçam aos observadores, sempre ressoam de forma gigantesca dentro de mim, afinal nada me faz sentir tão vivo como estar em um estúdio gravando ou em um palco cantando”, reflete.
O lançamento do álbum, no próximo dia 31 de janeiro, na Sede Cultural DoSol, será o início de uma nova fase. “Este é só o começo. Quero explorar ao máximo o universo de ‘Efeito Colateral’ antes de começar uma nova era.” Entre os planos, estão um videoclipe em um cenário paradisíaco potiguar e apresentações ao vivo que prometem emocionar.
Sobre o futuro, Pedro ainda ressalta que a pré-produção do próximo disco, que, afirma ele, “já tem título, conceito e repertório em construção”, mas seu foco ainda segue sendo a divulgação de “Efeito Colateral”. “Sem pressa para executar e lançar o segundo álbum, meu plano é divulgar bastante e espremer até a última gota de ‘Efeito Colateral’, nas mais diversas modalidades artísticas, antes de começar uma nova era”.
Fonte: https://agorarn.com.br/ultimas/conheca-o-artista-potiguar-pedro-silveira/