A Praia do Futuro, um dos pontos turísticos mais tradicionais e frequentados de Fortaleza, tem sido palco de uma nova fase no antigo impasse envolvendo construções à beira-mar. Barracas e estabelecimentos erguidos sobre a faixa de areia vêm sendo demolidos por determinação da Justiça Federal, atendendo a ações da Superintendência do Patrimônio da União (SPU), que atua em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF).
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Na última semana, duas escolas de kitesurf que funcionavam na região tiveram suas estruturas removidas por descumprirem a legislação que proíbe construções fixas na faixa de areia. Segundo a SPU, essas estruturas avançavam sobre áreas de proteção ambiental e estavam fora dos limites estabelecidos. “Cada imóvel tem um HIP, que é como se fosse o CPF da área, com dimensões específicas — 500m², 800m², 1000m². A maioria está além disso. Esse excesso é alvo de autuações e remoções”, explicou Fábio Galvão, superintendente do Patrimônio da União no Ceará.
Outro ponto destacado por Flávio Galvão é o bloqueio dos corredores de acesso ao mar. “Infelizmente, quase todos os corredores estão ocupados, seja por empresários que avançaram suas estruturas ou por antigos ambulantes que instalaram barracas, o que não é permitido”, afirmou.
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Por outro lado, os empresários do setor argumentam que as barracas fazem parte do patrimônio cultural e histórico da cidade. Em janeiro deste ano, a Praia do Futuro foi oficialmente reconhecida como patrimônio cultural brasileiro, reforçando esse vínculo afetivo e turístico com as construções. “Há 60 anos atrás as barracas começaram de forma improvisada, artesanal, e ao longo dessas seis décadas elas foram se aprimorando para atender o desejo das pessoas que vêm aqui”, defendeu Fátima Queiroz, presidente da Associação dos Empresários das Barracas da Praia do Futuro.
Fátima também destacou que há um esforço conjunto para regularizar a situação das barracas por meio de um projeto em tramitação no governo federal. “Nós temos um projeto em andamento que é o Fórum de Requalificação da Praia do Futuro, presidido pelo Ministério Público e composto por 26 entidades. Esse projeto está em Brasília e pode ser assinado a qualquer momento pela AGU. Acredito que ele vai resolver toda essa questão, pois além de manter as barracas funcionando, vai estabelecer limites claros. E nós, empresários e população, temos que entender que limites são necessários”, declarou.
Enquanto o projeto não é aprovado, o impasse segue. A SPU continua com as fiscalizações e demolições baseadas nas determinações judiciais, enquanto os empresários buscam alternativas para manter suas atividades dentro da legalidade, apostando na regulamentação como caminho para o equilíbrio entre preservação ambiental e desenvolvimento econômico.
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Fonte: https://gcmais.com.br/noticias/2025/06/23/demolicao-de-barracas-na-praia-do-futuro-reacende-impasse-entre-empresarios-e-uniao/