Entenda a importância dos ritos da Semana Santa e o sentido da Páscoa

O vigário paroquial da Igreja São João Batista, em Lagoa Seca, Padre Arthur Anderson, afirmou que a Semana Santa é “a maior semana para os cristãos”. Ele destacou que este é o período para “parar, rezar, refletir e viver realmente os mistérios da fé”.

Sobre as celebrações, o sacerdote explicou que na Quinta-feira Santa, quando se celebra o Lava Pés, também se institui a Sagrada Eucaristia. “Primeiro, o gesto de Jesus, de lavar os pés, de se colocar a serviço, à disposição. Dizendo que quem é o maior é aquele que serve, é aquele que se ajoelha para ajudar o próximo. E a Eucaristia é a presença real de Jesus, que se fundou em nós, que deixou aqui o seu alimento para nos sustentar”, disse, em entrevista à rádio Mix.

Na Sexta-feira Santa, o foco é a paixão e morte de Cristo. “Rezando as dores da paixão de nosso Senhor Jesus Cristo, acompanhando todo esse momento de sofrimento, de agonia, até chegar ao mistério maior da cruz, a sua morte no Calvário, por nós. Tudo ali é uma prova de amor, uma prova de entrega, uma prova de obediência ao Pai”.

O padre descreveu o Sábado Santo como a maior de todas as vigílias. “A Vigília das Vigílias é justamente no Sábado Santo, e é um momento muito forte. Contém quatro partes: a Liturgia da Luz, onde vamos acender o Estilo Pascal; a Liturgia da Palavra, com nove leituras e nove salmos; a Liturgia Batismal, com a renovação do batismo; e, por fim, a Liturgia Eucarística, que é o grande ápice, o glória. Vamos cantar o Aleluia, depois de quarenta dias sem cantar”.

Para ele, o momento mais emocionante da Semana Santa é o beijo da cruz. “Temos um momento muito forte na sexta- -feira, que é o momento da adoração à cruz, o beijo da cruz. É um momento realmente que a gente vai beijar nosso Senhor Jesus Cristo, reconhecendo que Ele está morto. Tudo ali é por nós, para a nossa salvação”.

Sobre a importância da Ressurreição, o vigário reforçou: “Para nós, cristãos, é a maior. Até maior do que o Natal. A Quaresma é a preparação para este dia. A Páscoa é esse momento dessa renovação espiritual, de acordarmos para entendermos que aqui estamos apenas de passagem, a eternidade é que nos espera”. Ele lembrou que a celebração se estende. “Durante oito dias, a gente está celebrando o mesmo dia, o grande dia que é estendido, para nos mostrar e dar a oportunidade de realmente reviver”.

Quaresma “é tempo de penitência, jejum, abstinência”, destaca padre Arthur Anderson – Foto: Reprodução

Sobre a relação com outros segmentos cristãos, Padre Arthur afirmou que “as igrejas cristãs também acompanham esse momento, aproveitam-se da Semana Santa, para também rezarem mais, para orarem mais, para sentirem mais de perto a ação da fé, que nos move”. Ele comentou ainda o desejo do Papa Francisco de unificar a data da Páscoa, hoje celebrada em datas distintas por católicos e ortodoxos.

A respeito do Ano Jubilar da Esperança, convocado pelo Papa Francisco, o padre explicou: “A cada 20, 25 anos, o Papa convoca um ano jubilar. Este ano, o Papa Francisco convidou a vivermos o ano jubilar da esperança. É todo um cerimonial, um ritual no Vaticano, de abrir as portas. Temos a porta santa do jubileu. Lá somos todos convidados a irmos à cidade de Roma, como peregrinos”. Ele confirmou sua participação: “Até esse ano, eu vou também, se Deus quiser, no mês de outubro, a Roma, com um grupo de peregrinos, para viver o ano jubilar”.

Sobre os costumes católicos, ele explicou que a Quaresma “é um tempo de penitência, de jejum, de abstinência. Todos os quarenta dias. O deveria ser. Para a gente crescer, realmente. E não adianta comer escondido, porque Deus está lá”. Ele destacou o costume de não comer carne na Sexta-feira Santa. “É o dia de apenas comer peixe. O peixe é um alimento mais leve, algo, realmente, que dá essa forma de sacrifício. Que você possa, então, também não comer nada doce, no dia da Sexta-feira da Paixão. E a gente só volta com tudo isso, depois da Vigília Pascal, no sábado da Aleluia”.

Padre Arthur comentou ainda a recente recuperação do Papa Francisco. “É um exemplo de perseverança na fé. De acreditar e confiar que o Senhor é o Senhor também que nos cura. O Papa Francisco nos dá uma grande lição, nos mostra um exemplo de perseverança e testemunho muito forte no Senhor. Ele teve uma aparição pública muito limitada, ainda de cadeira de rodas, sem os paramentos papais, para mostrar também que o Papa é humano, é gente como nós”.

Por fim, ao comentar a redução de fiéis católicos, o vigário afirmou: “Não perdeu. A gente saiu agora, ultimamente, com um novo levantamento do número de crescimento de católicos no mundo inteiro. No mundo. Não muito significativo, mas teve um pequeno aumento. Eu acredito que realmente é o povo cada vez mais relativo às coisas de Deus”.

Fonte: https://agorarn.com.br/ultimas/entenda-a-importancia-dos-ritos-da-semana-santa-e-o-sentido-da-pascoa/