Parnamirim deu um passo importante para reduzir a fila de adoção no município. Nesta quarta-feira 28, prefeitura municipal, Ministério Público do RN e o Grupo de Apoio à Adoção (Abrace) assinaram um termo de cooperação para agilizar os processos de adoção e orientar mães sobre a entrega legal de crianças. A iniciativa faz parte do projeto “Pontes de Esperança”, apresentado durante o 4º Fórum da Adoção.
A promotora da Vara da Infância e Juventude de Parnamirim, Gerliana Rocha, explicou que o projeto “Pontes de Esperança” visa evitar abandonos ilegais. “Muitas mães não sabem que podem entregar seus filhos de forma protegida, sem risco de punição. Queremos difundir essa informação”, disse.
O Abrace, que atua há cinco anos como intermediário, já auxiliou dezenas de mães biológicas e famílias adotivas atuando como o elo. “O Abrace foi criado com o intuito de sermos portas de entrada para a mãe que deseja entregar seu filho para adoção, e que esse ato seja de forma protegida e legal”, disse a presidente da organização, Xênia Brandão.
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“Gerar dentro de mim já não era tão importante, porque eu queria ser mãe independente da via”, relatou Silvia em seu emocionante depoimento sobre as tentativas de uma gravidez natural sem sucesso. Silvia, ao lado do esposo Joabes, relatou ainda como foi passar pelo processo de adoção e hoje, são pais do João Miguel. “Nossa espera valeu a pena, pois o Miguel estava destinado a ser nosso filho”, disse.
O termo assinado pela prefeita Nilda prevê ações integradas, como capacitação de assistentes sociais e campanhas de conscientização. Dados do MP mostram que, apenas em 2024, 15 crianças foram adotadas em Parnamirim, mas outras 30 aguardam em abrigos. “Precisamos reduzir a burocracia. Crianças não podem esperar anos por uma família”, disse a promotora Gerliana.
O fórum também debateu o perfil exigido pelos pretendentes à adoção, que muitas vezes rejeitam crianças mais velhas ou com irmãos. “Isso prolonga a espera. Precisamos mudar essa mentalidade”, concluiu Xênia.
Adoção no RN
O Rio Grande do Norte registrou, nos últimos quatro anos, 78 casos de entrega voluntária de crianças para adoção, segundo informou o juiz José Dantas de Paiva, coordenador estadual da Infância e Juventude do Poder Judiciário potiguar.
Ao todo, 186 mães procuraram o Judiciário manifestando o desejo de entregar seus filhos, mas a maioria decidiu permanecer com a criança após o acompanhamento inicial.
“Adoção voluntária é exatamente a entrega voluntária. Acolher aquela mãe que, por alguma razão qualquer, ela quer entregar o filho para a adoção. E tem mães que não planejam a gravidez, e além de outros motivos”, explicou, em entrevista à TV Tropical na última sexta-feira 23.
Fonte: https://agorarn.com.br/ultimas/fila-de-adocao-em-parnamirim-pode-diminuir-com-novo-acordo-entre-prefeitura-e-justica/