Forró Caju: mercados centrais guardam memórias e criam novas conexões

 

A capital sergipana é marcada por seus tesouros culturais e históricos, dentre eles os mercados centrais, administrados pela Prefeitura de Aracaju, através da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb). O Mercado Antônio Franco (fundado em 1929), o Mercado Thales Ferraz (fundado em 1949) e o Mercado Maria Virgínia Leite Franco (fundado em 2000) formam um complexo arquitetônico neoclássico e moderno que abastece a cidade não apenas com alimentos frescos, artesanato e comidas típicas, mas também com memória, tradição e cultura, refletindo a essência do povo aracajuano. Especialmente no mês de junho, durante os dias do Forró Caju, realizado no período de 23 a 29, na Praça de Eventos Hilton Lopes, reafirmam-se como grandes referências da cultura nordestina.

Durante o evento, o coração da cidade bate em um ritmo diferente, segue o compasso da sanfona, da zabumba e do triângulo, e ganha a cadência das músicas modernas que atraem multidões. Nesta época do ano, essa identidade se expande e se manifesta de maneira ainda mais festiva e calorosa, com música, dança e gastronomia que enchem de vida a região central de Aracaju, misturando memórias e novas vivências nessa grande celebração da cultura nordestina, como bem sintetiza o presidente da Emsurb, Bruno Moraes. “Os mercados centrais de Aracaju e o Forró Caju não são apenas eventos e estruturas físicas, são testemunhos vivos da vitalidade cultural e comunitária que definem a capital sergipana, renovando-se a cada ano para preservar e celebrar as raízes do povo nordestino”, enfatiza.

Para comerciantes e frequentadores assíduos como Vera Lúcia de Carvalho Cruz, que há 33 anos vendem ervas medicinais, plantas, velas e imagens no mercado, e Joelson Santana Cabral, que há 15 anos mantém viva a tradição dos cordéis, os mercados não são apenas locais de trabalho, mas verdadeiros guardiões da história e cultura local.

Joelson destaca a importância desses espaços como centros de preservação e disseminação cultural. “Para a história, cultura e para a cidade de Aracaju, os mercados são fundamentais. Recebemos muitos turistas que buscam conhecer a história da nossa capital. O mercado é o modo de vida e identidade para nós”, afirma.

Já Vera Lúcia destaca parte do valor simbólico deles, afirmando que os mercados são tudo para a cidade. “Os visitantes querem conhecê-los. Devemos manter uma boa presença e oferecer produtos de qualidade, tanto para os aracajuanos quanto para os visitantes. Eles representam a nossa história e oferecem produtos para todas as classes sociais: alta, média e baixa”, relata.

Marcos Antônio Alves, aposentado, é um frequentador assíduo dos Mercados Centrais de Aracaju, visitando-os cerca de três a quatro vezes por semana. Para ele, o mercado representa mais do que um local de compras. “É uma festa, uma celebração da cultura local, que remonta à minha infância, quando acompanhava meus pais nas feiras do mercado central que, naquela época, eram o principal ponto de abastecimento da cidade. Os mercados são um lugar agradável, visualmente rico e repleto de pessoas educadas, com grande variedade de frutas frescas ao longo do ano. Para mim, frequentar o mercado não é apenas uma questão de compra, mas de conexão com nossas raízes nordestinas e um espaço que reflete a alma e o modo de vida do povo sergipano, uma herança que faço questão de compartilhar com amigos que nos visitam”, afirma Marcos.

Foto: Alberto Cézar/PMA

Fonte: https://ajn1.com.br/urbano/forro-caju-mercados-centrais-guardam-memorias-e-criam-novas-conexoes/