Impactos da engorda podem causar décadas de erosão em Ponta Negra e Via Costeira

O procurador do Ministério Público Federal (MPF) Luís de Camões Boaventura informou, em entrevista ao AGORA RN, que os efeitos das obras da engorda de Ponta Negra podem ir além do aparecimento de fragmentos de coral e significar um agravamento do processo erosivo em praias vizinhas. Segundo Camões Boaventura, os riscos iminentes apontados pelas evidências científicas são de que trechos da Via Costeira e das praias de Miami, Areia Preta, Praia dos Artistas e a orla que vai no sentido da Zona Norte de Natal tenham tendência de aumentar o processo erosivo.

“A gente não sabe como é que a própria praia de Ponta Negra vai se comportar em relação à profundidade da água, em relação à movimentação dos sentimentos, porque uma coisa é preciso ficar claro: as marés variam conforme diversos fatores, então, esse movimento de levar areia e tirar areia é natural. Quando há uma intervenção dessa magnitude, a tendência é que esse movimento natural se altere substancialmente”, esclareceu.

Camões ainda enfatizou que o monitoramento dos impactos a longo prazo precisam ser apontados por um órgão fiscalizador com o poder de polícia ambiental, ou seja, o Ibama, para este caso em específico. No entanto, não é o que está acontecendo no serviço no litoral natalense. “É tão grave o quadro que a gente não sabe nem dizer, do ponto de vista técnico, o que é que tem nessa jazida, se essa jazida tem ou não tem coral que está sendo destruído. A gente não sabe dizer se essa jazida deveria ou não deveria alimentar essa engorda”, completou.

Procurador do Ministério Público Federal, Luís de Camões Boaventura / Foto: divulgação

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Fonte: https://agorarn.com.br/ultimas/impactos-engorda-erosao-em-ponta-negra/