Saúde de Parnamirim está em crise total, denuncia equipe de transição

Futura secretária adjunta de saúde de Parnamirim, Hitiara Shirley Oliveira Lopes confirmou nesta quinta-feira 12 que está em curso uma crise na saúde pública de Parnamirim, com o não funcionamento de equipamentos e falta de reagentes nas unidades de saúde do município. “A saúde de Parnamirim está em crise total”, afirmou Hitiara, que está à frente da Saúde Pública na equipe de transição da prefeita eleita Nilda (Solidariedade).

Na última semana, os vereadores Gabriel César (PL), Dr. César Maia (MDB), Irani Guedes (Republicanos) e Marquinhos da Climep (PSDB) criticaram a gestão de Rosano Taveira (Republicanos) durante uma sessão na Câmara Municipal de Parnamirim na quarta-feira 4 e afirmaram que o prefeito tem se mostrado “negligente” com a saúde pública.

Gabriel destacou, entre os problemas, a falta de reagentes na UPA de Nova Esperança, que dificultam a realização de exames de sangue. O parlamentar César Maia ainda denunciou que os profissionais do programa Mais Médicos não recebem pagamentos há meses, o que afeta a continuidade do serviço.

A secretária adjunta de Saúde da futura gestão de Nilda afirmou que a falta dos reagentes impacta diretamente no auxílio ao diagnóstico dos pacientes. “A falta de exames laboratoriais para o auxílio ao diagnóstico está instalada desde a atenção primária em saúde, como também nos serviços especializados como UPA e maternidade. A falta de reagentes para a realização de hemograma, sumário de urina e glicose impacta diretamente no auxílio ao diagnóstico e transferência dos pacientes para os serviços especializados do estado”, disse Hitiara.

Ela também denuncia que faltam reagentes para troponina, um exame que é realizado para saber se o paciente está infartado, e equipamentos essenciais nos hospitais, como o gasômetro, instrumento utilizado para medir a oxigenação no sangue dos pacientes. “Como pode um hospital de urgência como Márcio Marinho e UPA terem pacientes entubados em áreas vermelhas sem um gasômetro. Dessa forma, médicos não podem regular através do respirador a quantidade de oxigênio a ser ofertada para esses pacientes”, completou a secretária adjunta.

No entanto, segundo o vereador Irani Guedes (Republicanos) não é apenas a UPA que segue sem reagentes e medicamentos. “A situação é a mesma em outras unidades, como em Pirangi, onde médicos tiveram que fazer uma ‘cota’ para consertar as ambulâncias”, denunciou. Já o vereador Marquinhos da Climep (PSDB) disse que a saúde de Parnamirim está na UTI, com unidades básicas que não funcionam completamente e raios-X fora de operação.

Ao contrário dos outros equipamentos que não são encontrados nas unidades de saúde, o aparelho de raio-X encontra-se instalado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas sem funcionar pela falta de dosímetro, equipamento que monitora o nível de exposição à radiação. Sem o aparelho de raio-X, os pacientes não têm acesso ao exame de imagem, conforme afirma Hitiara.

“No outro serviço que tem uma sala para realização de raio-X, a mesma não possui acessibilidade, o aparelho de raio-X destinado ao CCPAR Centro encontra-se aproximadamente dois anos no corredor aguardando uma sala adequada para instalação o que nos deixa em dúvida se ele ainda funcionaria. As deficiências estruturais da UPA colocaram em risco a integridade física dos funcionários e pacientes, ambientes sujos e insalubres”, relatou.

Com denúncias à nova gestão, a equipe de transição da prefeita eleita Nilda Cruz visualiza uma estratégia para buscar solução nos problemas de saúde do município, diz a secretária adjunta. O planejamento conta com a realização de atendimento de pacientes de baixa complexidade classificados como verde ou azul na classificação Manchester junto à UBS Nova Esperança 1. O objetivo seria aliviar os atendimentos de baixa complexidade e estender o atendimento da unidade para até as 22h.

Segundo Hitiara, já tem planos de reforma e ampliação da UPA. “Já se pensa também em soluções para a falta de insumos medicamentos e reagentes para a realização de exames laboratoriais, além da compra de dosímetros para que a unidade possa realizar os exames de imagem que necessita. Se pensa em uma sala de apoio a diagnóstico com realização de ultrassonografia. Um pensamento na reformulação e reconstrução do fluxo de atendimento do município”, destacou.

“A equipe de transição pensa em estratégias baseadas nos relatórios obtidos com base no ministério da Saúde de que em torno de 60% dos atendimentos realizados na UPA são de classificação azul ou verde e deveriam ser resolvidos nas unidades de estratégia de saúde da família. A equipe de transição também vislumbra a informatização dos serviços da rede de saúde como um todo em Parnamirim”, ressaltou Hitiara.

A expectativa, segundo ela, é que haja um avanço na saúde parnamirinense, com um fluxo de atendimento mais rápido e de qualidade ao integrar os serviços de saúde.

Fonte: https://agorarn.com.br/ultimas/saude-parnamirim-crise-denuncia-transicao/