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Servidores da saúde de Parnamirim decidiram ampliar as paralisações e aprovaram, em assembleia geral nesta segunda-feira 23, novas mobilizações para o próximo mês. As paradas estão marcadas para os dias 1º e 2 de julho, com duração de 48 horas, incluindo caminhada, ato público e concentração em frente à prefeitura. No dia 7 de julho, a categoria fará uma nova suspensão de 24 horas com assembleia e indicativo de greve, caso não haja resposta da gestão municipal à pauta de reivindicações.
Segundo Paulo Martins, diretor estadual do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do RN (Sindsaúde), os serviços em Parnamirim vêm se deteriorando por conta da sobrecarga de trabalho, redução de equipes e condições precárias nas unidades. “Não está sendo fácil para os servidores trabalharem em condições tão precárias como as atuais. São poucas pessoas para trabalhar, muita gente adoecendo e uma pressão muito grande”, afirmou.
Ele criticou a decisão da prefeitura de reduzir o funcionamento do Laboratório Central, que atualmente atende pacientes de mais de 40 unidades básicas de saúde. “A demanda é muito grande, não há como dar conta de tanto atendimento. Em vez de a prefeita ampliar os serviços, o que ela está fazendo? Vai diminuir os atendimentos no laboratório”.
Segundo Paulo, os plantões da unidade, atualmente de 12 horas, passarão a ser de apenas 8 horas a partir de julho, com parte da equipe sendo remanejada para a UPA de Nova Esperança e a Maternidade Divino Amor, devido à falta de pessoal. “Em vez de convocar o pessoal do quadro de reserva, a prefeitura está mais preocupada em fechar serviços para manter outros”. A categoria ameaça paralisação total dos serviços, caso a decisão seja mantida.
O diretor do Sindsaúde ainda denunciou a defasagem salarial dos profissionais, que acumula perdas de mais de 31% desde a implantação do plano de cargos em 2019. “Desde que o plano de cargos foi implantado, houve apenas uma reposição, no fim de 2022, de 6%, quando a defasagem já ultrapassava 27%. Agora, mesmo com esse reajuste, os cálculos mostram que a perda já passa dos 31%”.
Segundo ele, a questão salarial é crítica. “É uma vergonha o que está acontecendo ali. Profissionais de nível médio, como técnicos de enfermagem, laboratoristas e demais servidores da estrutura, recebem um salário básico de R$ 1.372,00, sendo necessário complemento e gratificação de R$ 300 na atenção básica. Já os de nível superior têm salário base de R$ 1,7 mil, com gratificação de R$ 2 mil. Apesar dos adicionais, esses valores não contam para a aposentadoria, o que acentua a insatisfação dos servidores”, disse.
Sindicato pressiona Prefeitura e ameaça fazer greve geral
Na assembleia desta segunda, os servidores aprovaram o envio de uma contraproposta à Comissão de Otimização e Encargos Funcionais (Coef), ligada à gestão da prefeita Nilda Cruz (Solidariedade). O documento, que deve ser protocolado até esta terça-feira 24, estipula prazo de 10 dias para retorno. Caso não haja resposta, os trabalhadores avaliarão a possibilidade de decretar greve geral na assembleia do dia 7 de julho.
“A manutenção das paralisações é uma resposta clara da categoria, diante da proposta apresentada pela COEF da prefeita Nilda, que não contemplou em nada as principais reivindicações da saúde municipal”, explicou Paulo.
Nos dias 11 e 18 de junho, os servidores já haviam realizado paralisações de 24 horas, com suspensão de serviços como vacinação e curativos em unidades de saúde. A categoria também fez protesto em frente à UPA, onde apenas parte da equipe está em atividade. Os médicos não aderiram ao movimento. Segundo o Sindsaúde, a maternidade também enfrenta superlotação e falta de medicamentos, o que agrava ainda mais a crise nos serviços.
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Fonte: https://agorarn.com.br/ultimas/servidores-citam-caos-saude-de-parnamirim/