Entidades do setor produtivo do RN classificam decreto de corte de gastos do Governo como “necessário, mas insuficiente”

As entidades representativas do setor produtivo do Rio Grande do Norte (FIERN, Fecomércio RN, Faern, Facern, FCDL e CDL Natal) divulgaram uma nota conjunta nesta quinta-feira 07, sobre o decreto de cortes de gastos apresentado pelo Governo Fátima Bezerra no início do dia. “Representa um gesto necessário e bem-vindo, mas insuficiente”, analisaram.

O Decreto Governamental nº 34.094 estabelece regras para controle de gastos da Administração Direta e Indireta do Poder Executivo Estadual. As corporações declararam que a maior parte das medidas limita-se ao período da “noventena”, ou seja, o prazo previsto em lei para que um possível aumento do ICMS entre em vigor, caso seja aprovado pelo Legislativo. O Decreto traz o mês de abril de 2025 como prazo final para a maioria das medidas de austeridade que deveriam ser não somente urgentes, mas definitivas.

Eles defendem que o quadro geral do Estado do Rio Grande do Norte é muito preocupante, a receita fiscal do Estado precisa crescer a partir do potencial que tem, por meio do desenvolvimento, da atração de novos negócios, do ambiente de segurança jurídica e acolhimento ao investidor.

A entidades afirmam que uma aliança entre os poderes constituídos, o setor produtivo e a sociedade é necessária para que haja um compromisso perene em relação ao equilíbrio das contas públicas, de forma que os investimentos sejam garantidos.

Entenda o decreto

Governo do Rio Grande do Norte publicou nesta quinta-feira 7 um decreto que estabelece uma série de medidas de corte de despesas. O texto é assinado pela governadora Fátima Bezerra (PT) e pelos secretários Carlos Eduardo Xavier (Fazenda) e Virgínia Ferreira (Planejamento).

O decreto é publicado um dia depois de o governo enviar para a Assembleia Legislativa um pacote de projetos de lei que alteram a cobrança de impostos. Uma das propostas é elevar a alíquota modal do ICMS dos atuais 18% para 20%. Outro projeto consiste em cobrar IPVA de carros elétricos.

Segundo o governo, o decreto publicado nesta quinta-feira tem o objetivo de “equilibrar as contas sem comprometer os serviços essenciais”. “O novo decreto intensifica esse compromisso, com diretrizes para otimizar os gastos públicos e garantir que os recursos sejam aplicados de maneira eficiente e responsável, atendendo às necessidades da população potiguar”, afirma a gestão estadual.

Entidades são contrárias ao aumento do ICMS 

Entidades representativas do chamado “setor produtivo” do Rio Grande do Norte emitiram uma nota nesta quarta-feira 6 em que se posicionam contra o projeto de lei enviado pelo Governo do Estado à Assembleia Legislativa com a previsão de aumento do ICMS de 18% para 20%.

No texto, as entidades destacam que são contra o projeto “com base nos resultados de arrecadação e desempenho econômico registrados, bem como no crescimento das despesas do Governo verificado em 2024 e na falta de previsão de um plano de diminuição de gastos”.

Entidades do comércio projetam que pacote fiscal não é sustentável. Foto: JOSÉ ALDENIR / AGORA RN

“Este é um posicionamento em defesa de toda a sociedade norte-rio-grandense, sobretudo aqueles mais pobres, que são os maiores impactados pelo aumento da carga tributária”, afirmaram as entidades.
No texto, as representações do setor produtivo propõem um “amplo debate sobre o desenvolvimento sustentável e equilíbrio fiscal norte-rio-grandense, por meio do qual seja possível repactuar o estado”.

“Convidamos todos os poderes constituídos e instâncias da sociedade para que possamos, juntos, concentrar esforços neste debate que passa, primordialmente, por planejamento e execução de medidas eficazes, em diversas frentes de trabalho”, enfatizaram.

“Reiteramos que é urgente, neste momento, a construção de uma agenda conjunta, a partir do Plano de Equilíbrio Fiscal, que mantenha e atraia novos investimentos para o Rio Grande do Norte, sem penalizar a população. Afinal, é unânime o entendimento de que não existe ajuste financeiro eficaz e duradouro sem uma real revisão das despesas”, acrescentam.

Assinam o texto as seguintes entidades: Fecomércio RN, Fiern, Faern, Facern, FCDL e CDL Natal.

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Fonte: https://agorarn.com.br/ultimas/setor-produtivo-corte-de-gastos/