O recente acidente no viaduto da Avenida 13 de Maio, em Fortaleza, que deixou uma motociclista ferida, acendeu um alerta para as condições das estruturas elevadas da capital. Com rachaduras aparentes, ferragens expostas e trechos que acumulam água com frequência, os viadutos da cidade agora entram no radar da Secretaria Municipal de Infraestrutura, que promete intensificar ações de manutenção e prevenção.
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Diariamente, milhares de fortalezenses atravessam esses equipamentos sem saber ao certo qual é o estado real de conservação. O operador de caixa Lucas Gabriel, que utiliza o viaduto Celina Queiroz, entre as avenidas Antônio Sales e Engenheiro Santana Júnior, relata preocupação com o que vê. “É um viaduto que já está ficando um pouco antigo, então tem que rever as obras, dar uma avaliada, ver como está essa estrutura, porque é coisa séria, coisa importante”, disse.
Outro ponto sensível está no túnel Deputado Eliton Landino, mais conhecido como túnel do Cocó. Segundo o motoboy Anderson Lima, o trecho aparenta estar em bom estado visualmente, mas não resiste a chuvas. “Toda vez que chove, alaga. É um problema recorrente. E à noite ainda tem a insegurança”, alertou. Para ele, a cidade deveria investir tanto em engenharia de tráfego quanto em policiamento preventivo. “A gente fica parado nesses sinais, e à noite é perigoso demais. Falta segurança”, completou.
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A situação mais crítica é observada em viadutos mais antigos, como o que liga a Avenida Leste-Oeste ao centro da cidade. No local, rachaduras e ferragens expostas são visíveis. A combinação de maresia e fluxo intenso de veículos agrava o desgaste da estrutura. Segundo o professor Joaquim Eduardo Mota, do Departamento de Engenharia Estrutural e Construção Civil da Universidade Federal do Ceará (UFC), a idade média dessas construções já exige cuidados especializados. “Eu acho que o viaduto mais antigo deve estar com seus 40 e poucos anos. Já é uma idade que merece uma inspeção mais delicada”, afirma.
O especialista explica que os pontos mais vulneráveis dos viadutos são as juntas de dilatação – áreas que sofrem maior movimentação por conta do tráfego constante. “Alguns deles já passaram por recuperação, sobretudo nas juntas, que são a separação entre a via e a estrutura. São regiões que sofrem muito com o movimento e o peso dos veículos”, explica.
Após o acidente na Avenida 13 de Maio, que foi causado por uma falha estrutural que prendeu o pneu de uma motocicleta, o trecho afetado foi reparado. No entanto, o episódio expôs a urgência de políticas públicas contínuas para manutenção preventiva.
Em resposta, a Prefeitura informou, por meio da Secretaria Municipal da Infraestrutura (Seinf), que está na fase final de licitação para contratar os serviços de manutenção preventiva e recuperação de viadutos e estruturas similares em Fortaleza.
A iniciativa de cuidado estrutural pode ganhar um reforço acadêmico. A UFC estuda implementar um projeto de extensão para que alunos do curso de Engenharia façam inspeções regulares nos viadutos da cidade. “Eles aprendem a usar as normas, identificar patologias, e ainda contribuem com a sociedade. Às vezes a prefeitura ou os órgãos não têm disponibilidade, então a universidade pode colaborar nesse sentido”, afirma o professor Joaquim Mota.
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Fonte: https://gcmais.com.br/noticias/2025/06/11/viadutos-de-fortaleza-devem-passar-por-vistorias-e-manutencoes-preventivas-apos-acidente/