De janeiro a março de 2025, o Amazonas registrou 12 casos de leptospirose e um óbito. Dez desses casos ocorreram em Manaus, um em Guajará e um em Itacoatiara. Em comparação, durante todo o ano de 2024, foram registrados 49 casos e seis óbitos.
Somente em janeiro deste ano, o número de casos foi o dobro da média histórica. Apesar da redução em fevereiro e março, as projeções indicam aumento entre abril e junho — período de maior risco devido às intensas inundações urbanas e rurais.
FVS-RCP emite nota técnica para reforçar resposta dos municípios
Diante do cenário, a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) emitiu uma nota técnica com diretrizes para os serviços de saúde. O documento orienta sobre triagem, diagnóstico e tratamento oportuno da leptospirose, com o objetivo de evitar agravamentos e óbitos.
A nota destaca que os profissionais de saúde devem manter atenção constante para a identificação de novos casos. A notificação imediata de casos suspeitos ou confirmados é obrigatória e prioritária.
Leptospirose: riscos aumentam em períodos de alagamento
Nesta quarta-feira (9), a FVS-RCP publicou um alerta epidemiológico reforçando que a leptospirose é causada pela exposição à urina de animais infectados, como ratos, sendo mais comum em períodos de alagamentos.
Segundo a secretária de Estado de Saúde, Nayara Maksud, o trabalho conjunto com os municípios é essencial para mitigar os impactos da cheia.
“O Governo do Amazonas, novamente, está trabalhando com planejamento antecipado para o período de enchente, a fim de apoiar os municípios para que atuem de maneira eficiente”, afirmou.
Municípios devem revisar planos de contingência
A diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, informou que os municípios devem atualizar os Planos de Contingência para Inundações, promovendo atenção integral à saúde da população durante o período crítico.
Entre as ações recomendadas estão:
- Atualização dos Planos de Contingência;
- Atenção integral aos casos de leptospirose;
- Reforço na vigilância ativa dos sintomas.
Ampliação da vacinação e controle de zoonoses
A FVS-RCP orienta a ampliação da cobertura vacinal contra doenças como Hepatite, Tétano e Raiva, que podem ter aumento de incidência no período de enchente. A vacinação deve incluir também animais domésticos, como cães e gatos, para evitar a disseminação de zoonoses.
Cabe aos municípios monitorar e garantir estoques suficientes de imunizantes.
Distribuição de hipoclorito e monitoramento da água
A nota técnica recomenda o fornecimento de hipoclorito de sódio a 2,5% para a população em risco, especialmente em áreas rurais. O produto é essencial para o tratamento de água em emergências.
Os municípios também devem:
- Identificar sistemas de abastecimento vulneráveis;
- Monitorar a qualidade da água para consumo;
- Adotar medidas corretivas quando necessário.
Acompanhamento de pacientes e estrutura hospitalar
Os gestores municipais devem acompanhar as transferências de pacientes para a capital, monitorar a taxa de ocupação dos leitos hospitalares e garantir o fornecimento de oxigênio medicinal.
Além disso, é necessário realizar a notificação compulsória dos agravos no sistema de informação oficial, como previsto nos protocolos de vigilância em saúde.
Vigilância em saúde é estratégica durante a cheia
A diretora-presidente da FVS-RCP reforça que a vigilância em saúde tem papel essencial no planejamento e resposta rápida às situações de risco, como as provocadas pela cheia dos rios.
“A vigilância orienta a tomada de decisão e organiza a resposta oportuna dos serviços de saúde diante dos riscos ampliados pelas cheias”, concluiu Tatyana Amorim.
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Fonte: https://emtempo.com.br/390400/amazonas/amazonas-acumula-12-casos-de-leptospirose-e-uma-morte-em-tres-meses-de-2025/