Aumento do vale-transporte gera polêmica entre trabalhadores, empresários e poder público

Manaus (AM) – O reajuste no valor do vale-transporte em Manaus, que subiu de R$ 4, 50 para R$ 6 nesta semana, gerou intensas discussões entre o poder público, empresários e trabalhadores. A medida, anunciada pelo Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), entrou em vigor no último domingo (20) e já apresenta seus efeitos no cotidiano dos manauaras.

Entenda o aumento

O valor passou de quatro reais e cinquenta centavos para seis reais, um aumento de 33,33%, o maior desde 2020. A medida entrou em vigor no dia 20 de abril de 2025, com a justificativa de que o reajuste é necessário para cobrir os custos crescentes com combustível, manutenção da frota e folha de pagamento dos rodoviários.

O impacto direto para os trabalhadores é considerável. Quem utiliza dois vale-transportes por dia, gastava nove reais e agora passará a gastar doze reais diariamente — um aumento de três reais por dia.

Para as entidades empresariais

Federações do comércio e da indústria local consideram o aumento excessivo. Segundo essas entidades, o reajuste pode afetar diretamente o poder de compra dos trabalhadores e, consequentemente, impactar setores como bares, restaurantes e comércio em geral. Além disso, acreditam que o aumento pode desestimular a contratação formal de novos funcionários.

Para a Prefeitura

O prefeito de Manaus, David Almeida, defendeu o aumento, alegando que a medida é a única alternativa para evitar o colapso do sistema de transporte público da cidade. Segundo o prefeito, sem o reajuste, as empresas de ônibus não teriam como operar, já que o valor do vale-transporte estava defasado desde 2022.

“Se não fizéssemos esse ajuste, em trinta dias estaríamos com ônibus parados nas garagens. Precisamos garantir a continuidade do serviço para a população”, afirmou o prefeito David Almeida.

A Prefeitura também se comprometeu a fiscalizar a qualidade do serviço de transporte e a garantir que o aumento seja destinado exclusivamente à manutenção da operação.

Como fica o trabalhador?

O impacto do reajuste é visível na rotina dos trabalhadores. Muitas pessoas que dependem do transporte público agora terão que reorganizar suas finanças pessoais para lidar com o aumento.

Maria Santos, auxiliar de limpeza de 38 anos, expressou sua preocupação: “Vou gastar sessenta reais a mais por mês. Vou ter que cortar carne e frutas do mercado para equilibrar o orçamento.”

José Oliveira, pedreiro de 45 anos, também relatou como o aumento vai impactar seu cotidiano: “Já estava difícil, agora piorou. Vou ter que voltar a ir de bicicleta alguns dias para economizar.”

Existe solução?

Enquanto as entidades empresariais pedem que o valor seja ajustado para cinco reais, com a implementação de um plano de reajuste escalonado, a Prefeitura estuda alternativas para amenizar o impacto para os trabalhadores. Entre as possibilidades estão a criação de programas de subsídio para a população de baixa renda e parcerias com empresas para absorver parte do custo do transporte.

Comparativo

Em comparação com outras capitais brasileiras, o vale-transporte de Manaus apresenta valores mais altos que o de algumas grandes cidades:

São Paulo: R$ 5,20

Belo Horizonte: R 4,80

Recife: R$ 5,50

Opiniões e perspectivas

As entidades empresariais e os trabalhadores sentem que o reajuste pode ter um impacto negativo significativo no poder de compra, afetando a economia local e a qualidade de vida de muitos. Por outro lado, a Prefeitura justifica a medida como necessária para a manutenção do sistema de transporte público, que, segundo a administração municipal, está em risco de colapso sem o aumento.

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Fonte: https://emtempo.com.br/393456/amazonas/aumento-do-vale-transporte-gera-polemica-entre-trabalhadores-empresarios-e-poder-publico/