O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) registrou uma queda de 82,91% no desmatamento entre 1º de janeiro e 10 de fevereiro de 2025, em comparação com o mesmo período de 2024. Neste ano, foram contabilizados 475 ocorrências, resultando em 11,95 km² de área destruída, contra 2.780 eventos e 52,98 km² no ano anterior. Além disso, os focos de calor também apresentaram uma redução expressiva
O diretor-presidente do Ipaam, o engenheiro ambiental Gustavo Picanço, fez uma análise técnica sobre os números, destacando a importância do uso de tecnologias no monitoramento e fiscalização. E explicou que o Ipaam é responsável pela fiscalização das áreas desmatadas, e o uso de imagens de satélite de alta resolução nos permite detectar alterações na cobertura florestal em tempo real, permitindo uma atuação mais rápida e precisa.
“Embora o combate ao fogo seja responsabilidade do Corpo de Bombeiros, nosso trabalho de monitoramento é essencial para fornecer dados atualizados que ajudam na tomada de decisões e na atuação das equipes. A integração entre nosso monitoramento e a atuação dos bombeiros torna o processo mais eficiente e garante uma resposta mais eficaz aos problemas ambientais”, explicou o gestor.
Redução nos focos de calor
Em 2025, foram registrados 67 focos, uma queda de 65,54% em relação aos 194 focos identificados no mesmo período de 2024.
Tecnologia no monitoramento
O Centro de Monitoramento Ambiental e Áreas Protegidas (CMAAP) utiliza imagens de satélite de alta resolução para detectar alterações na cobertura florestal em tempo real. “Essa tecnologia permite uma ação mais rápida e eficaz das equipes de fiscalização”, explicou Gustavo Picanço, diretor-presidente do Ipaam.
Municípios com maior desmatamento
Japurá, São Gabriel da Cachoeira e Novo Aripuanã lideram em número de alertas de desmatamento. Japurá registrou 77 alertas, com 43,04 km² de área desmatada. Em relação à área total desmatada, Humaitá, Boca do Acre e Apuí apresentaram os maiores impactos, com Humaitá atingindo 189,423 km².
Focos de calor e fiscalização
São Gabriel da Cachoeira, Guajará e Barcelos tiveram o maior número de focos de calor em 2025. A coordenadora do CMAAP, Priscila Carvalho, ressaltou que focos de calor nem sempre indicam queimadas, mas exigem monitoramento constante, especialmente durante a seca.
Multas e sanções
O gerente de Fiscalização Ambiental do Ipaam, Rodrigo Tacioli, destacou que o desmatamento ilegal pode resultar em multas de R$ 5 mil por hectare, valor que dobra em casos de uso de fogo. Além das multas, o órgão embarga áreas desmatadas e apreende equipamentos utilizados nas práticas ilegais.
Além da aplicação de autos de infração, o órgão realiza o embargo administrativo das áreas desmatadas e das atividades nelas realizadas. Quando encontrados equipamentos ou apetrechos utilizados na prática ilegal do desmatamento, esses itens também são apreendidos.
Tacioli explica que a exploração ilegal de madeira e a derrubada de florestas nativas, registradas principalmente no início do ano, geralmente antecedem as queimadas, estando intimamente associadas a elas. Por isso, ele enfatiza que o combate às queimadas precisa passar, necessariamente, pela fiscalização do desmatamento ilegal e, ainda antes, pela repressão à exploração ilegal de madeira.
As queimadas também podem ser feitas em áreas agropastoris, visando à renovação de pastagens ou culturas agrícolas. Quando essa prática não é autorizada pelo órgão ambiental competente ou é realizada em desacordo com a autorização concedida, é passível de autuação, com multas de R$ 3 mil por hectare ou fração, conforme o Decreto Federal 6.514/2008, artigo 58, além de outras sanções administrativas cabíveis.
(*) Com informações da assessoria
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Fonte: https://emtempo.com.br/372066/amazonas/desmatamento-no-amazonas-cai-8291-em-2025-aponta-ipaam/