Belém – No último final de semana, Belém deu um salto rumo ao futuro com a chegada de sua nova frota de ônibus high tech. Os veículos chamam atenção não só pelo visual estiloso, mas também pelo conforto que oferecem: ar-condicionado, internet a bordo e uma série de comodidades que, depois de tantos anos de sufoco, os usuários finalmente merecem. Mas nem sempre foi assim…
Ao longo das décadas, os ônibus que circulam pela região metropolitana passaram por transformações curiosas — algumas até inacreditáveis. Você sabia, por exemplo, que há registros de veículos no formato de dirigíveis circulando por Belém lá pelos anos 1940? Isso mesmo. Inspirados nos famosos Zeppelins, esses ônibus com design aerodinâmico eram construídos em São Luís (MA) e trazidos ao Pará, onde fizeram relativo sucesso. A invenção inusitada foi obra da Viação Sul-Americana, que apostou na ousadia para conquistar os passageiros.
Com o crescimento da cidade e da população, os modelos foram se adaptando às novas necessidades. Já nos anos 80, uma das joias da frota era o lendário Aero Clube, um ônibus que saía do bairro da Marambaia e cruzava a cidade, sempre passando por áreas nobres. Era sinônimo de status: limpo, estiloso e confortável — um verdadeiro privilégio para quem conseguia embarcar nele. Só não espere vê-lo passando com frequência… ele era raro como chuva em dia de veraneio.
Nos anos 90, a paisagem urbana começou a mudar de novo. Novas empresas chegaram com frotas semelhantes entre si, quase como irmãs gêmeas. Foi também a época em que os passageiros embarcavam pela porta de trás e desembarcavam pela da frente — um ritual bem característico daquele tempo. Quem viveu essa fase lembra de cada detalhe: da famosa roleta que muita gente driblava por baixo (quem nunca?), à tampa do motor ao lado do motorista que virava banco improvisado. Se você já sentou ali, sabe bem do que estamos falando. É o clássico: “me respeita que sou dessa época!”
Hoje, com a chegada do “Geladão” — como já está sendo carinhosamente chamado o novo ônibus climatizado —, o transporte coletivo de Belém entra numa nova era. E a gente aproveita pra te convidar a embarcar nessa viagem pela memória: do dirigível ao Geladão, quantas histórias cabem num ônibus?
Reviva essas lembranças e, de quebra, entregue a sua idade (a gente promete não contar pra ninguém!).
Fonte: https://diariodopara.com.br/belem/do-dirigivel-ao-geladao-a-historia-que-cabe-num-onibus-de-belem/