Escola Estadual de Belém promove ‘Mini COP 30’ sobre o clima

Para conscientizar a comunidade escolar e estimular a participação dos estudantes em debates sobre meio ambiente, sustentabilidade e clima, a Escola Estadual Professora Palmira Gabriel, em Icoaraci, distrito de Belém, realizou uma “Mini COP 30”, nesta segunda-feira (23). Com o tema “Nosso futuro tá em jogo: juventude pelo clima, por um futuro sustentável”, o evento envolveu a comunidade escolar em oficinas, palestras, exposições, atividades culturais e debates sobre justiça climática, racismo ambiental, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) e as consequências das mudanças ambientais no planeta.

De acordo com a diretora da Escola, Lana Pontes, a iniciativa é uma maneira de aproximar a comunidade escolar da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que será realizada em Belém, em novembro deste ano. “A realização da COP no Brasil , especificamente na Amazônia, em Belém do Pará, é uma boa oportunidade para abordar e fortalecer temáticas relacionadas ao meio ambiente nas escolas, dialogar sobre as mudanças climáticas, para intensificar a Educação Ambiental nas escolas. É necessário fortalecer o sentimento em nossos alunos. É importante saber que a ação de cada um de nós não é insignificante. Cada um de nós faz a diferença na transformação de nossas práticas diárias, sendo sujeitos cada vez mais conscientes de nosso lugar no meio ambiente. Afinal, somos integrantes desse todo”, frisou a gestora.

Ela ainda ressaltou que toda a comunidade escolar se engajou na culminância do projeto. “A escola envolveu-se como um todo, nos três turnos: ensino integral, ensino médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA). Esse evento é algo importante para a construção coletiva e o fortalecimento da Educação Ambiental no ambiente escolar”, destacou Lana Pontes.

Abertura de horizontes – “A Mini COP veio com toda essa carga de conceitos sobre justiça climática, mudanças climáticas, racismo ambiental, sustentabilidade. A gente pôde dar continuidade ao trabalho que vem sendo realizado desde a Conferência Infantojuvenil nessa atividade, que contou com o apoio de todos os professores e alunos. Foi uma atividade realmente interdisciplinar. Tivemos oficinas sobre o ODS 18 com palestrantes de fora da escola. A gente fez essa parceria também com a UFPA (Universidade Federal do Pará) e com a BSGI (Brasil Soka Gakkai Internacional), uma ONG ligada à paz e educação no mundo. Com essa atividade, a gente pôde abrir esse horizonte para novas perspectivas dentro da Escola, e teve a participação de todos, do porteiro à merendeira”, contou Valdenise Araújo, professora de Educação Ambiental e idealizadora do projeto.

A educadora ainda ressaltou “o compromisso que a Escola Palmira Gabriel tem em relação aos cuidados com o meio ambiente e clima. Não é algo que finaliza com esse evento, mas é uma atividade que vai ficar na Escola, que segue aqui porque a gente produziu material metodológico. É uma coisa que vai ficar como um legado”.

Conhecimento – Para o estudante do 9º ano do Ensino Fundamental, João Carlos Ferreira, o evento trouxe aprendizado importante para além da sala de aula. “Esse evento foi, e tem sido, uma ótima possibilidade para os alunos aprenderem e se conscientizarem sobre meio ambiente. Antes desse evento eu não sabia muito bem o que era a COP 30. Porém, aqui eu aprendi mais sobre os temas ambientais e pude entender mais as consequências das crises climáticas, e como a COP 30 pode melhorar o nosso futuro e ajudar a preservar o meio ambiente”, disse João Carlos.

Para o desenvolvimento do projeto, os estudantes realizaram pesquisas e apresentações de temas, como sistema de captação de energia solar e de água da chuva; produção de composto orgânico e gel orgânico para horta escolar; criação de uma lojinha de economia solidária (cujo recurso será aplicado na festa de formatura dos estudantes); pesquisas sobre índices de queimadas; aumento do nível dos oceanos; impactos do descarte desordenado de resíduos; exposição fotográfica do descarte desordenado de resíduos nas comunidades em que moram; racismo ambiental e questões de gênero.

Eles também desenvolveram brinquedos e jogos, além de utensílios de decoração para ornamentar as salas de aula temáticas; participaram de debates sobre mudanças climáticas, importância da água no planeta e seus impactos na saúde e vida planetária, além de apresentações culturais sobre lendas e danças amazônicas, e desfile com roupas sustentáveis confeccionadas pelos estudantes.

A “Mini COP 30” foi idealizada pela professora Valdenise Araújo, de Educação Ambiental, Geografia e Projeto de Vida, juntamente com os professores Regina Sales, Fernanda Cunha, Edson Henrique, Vinícius Magalhães, Ivaneide Coelho, Helrick Cordeiro, Suely Larrat, Fabrício Cordeiro, Ribamar Santos, Otávio Leite, Nilza Pinho, Marineide Cuimar, Marcela Aritéia, Débora Reis, Vania Martins e Agnaldo Aires, além de contar com apoio da equipe pedagógica da Escola.

Pioneirismo – A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) oferece, desde o primeiro bimestre de 2024, o componente de Educação Ambiental em todas as etapas do ensino, de forma obrigatória, nas escolas estaduais. Este componente pode ter a adesão dos municípios, alicerçada na Política de Educação para o Meio Ambiente, Sustentabilidade e Clima.

A Seduc destacou que o conteúdo ambiental torna o Pará pioneiro na garantia de um componente curricular obrigatório de sustentabilidade, incentivando a participação e o engajamento de estudantes nas discussões sobre agendas fundamentais ao Pará, cuja capital, Belém, sediará a COP 30, em novembro de 2025.

Fonte: https://diariodopara.com.br/belem/escola-estadual-de-belem-promove-mini-cop-30-sobre-o-clima/