Após pressão estudantil, governo de SP anuncia R$ 52 milhões para obras nas ETECs e FATECs

Em resposta às intensas mobilizações lideradas por estudantes e sindicatos, o Governo de São Paulo anunciou nesta segunda-feira (16) um investimento de R$ 1,2 bilhão para obras emergenciais e modernização da infraestrutura das Escolas Técnicas (ETECs) e Faculdades de Tecnologia (FATECs) administradas pelo Centro Paula Souza (CPS). A medida é vista como uma vitória direta dos protestos que denunciaram, ao longo dos últimos anos, o desmonte e a precariedade das unidades.

A decisão ocorre após uma série de atos organizados por entidades como a União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES) e o Sindicato dos Trabalhadores das ETECs e FATECs (Sinteps), que expuseram condições degradantes nas escolas: tetos desabando, laboratórios alagados, infestações de pragas e falta de recursos básicos como merenda e ventilação. Em abril, um protesto em frente à sede do CPS reuniu centenas de estudantes com relatos chocantes, como o da ETEC Albert Einstein, onde alunos adoeceram devido ao mofo em laboratórios, e da ETEC Parque da Juventude, com buracos no prédio há quatro anos.

“Essa verba é fruto da nossa luta. Os estudantes mostraram que não aceitam mais estudar em condições desumanas”, afirmou Valentina Macedo, presidente da UMES.

O plano prevê:

• R$ 52 milhões liberados imediatamente para ações emergenciais durante as férias escolares, como reparos em instalações elétricas, vazamentos e acessibilidade.
• Projeto de médio prazo para modernização completa, incluindo refrigeração de salas, atualização de laboratórios, áreas de lazer e conectividade.

O diretor-superintendente do CPS, Clóvis Dias, classificou o investimento como “um marco histórico”, enquanto o vice-diretor Maycon Geres destacou que os recursos preparam a rede para “os próximos 20 anos”. Apesar do tom celebratório, estudantes e sindicalistas mantêm cautela.

“Não basta anunciar; queremos ver as reformas saindo do papel”, cobrou Arthur Vedovelli, da ETEC Albert Einstein, uma das unidades mais afetadas.

As entidades estudantis prometem monitorar as obras e garantia de qualidade no ensino técnico das escolas estaduais.