Ato em repúdio ao genocídio perpetrado por Netanyahu reúne mais de mil professores

Professor Claudio Fonseca dirige a Assembleia por salários que foi concluída de ato solidário ao povo palestino (SINPEEM)

Evento solidário ao povo palestino integrou assembleia da categoria dos professores do município de São Paulo em que foi exigido o fim do congelamento de salários

Um ato de solidariedade ao povo palestino e de repúdio ao genocídio perpetrado por tropas israelenses contra a população da Faixa de Gaza, que teve a presença de mais de mil professores, foi realizado por iniciativa do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (SINPEEM).

Os professores lotavam o plenário na Casa de Portugal quando o presidente do Sindicato, professor Claudio Fonseca, anunciou o ato e destacou que “nós não podemos nos omitir diante de um massacre como o que está sofrendo o povo palestino e, por isso, nos reunimos aqui para exigir o cessar-fogo já. Nos juntamos às vozes de manifestantes em todo o mundo para deter a chacina que se comete contra este povo”.

A iniciativa foi recebida com aplausos e palavras-de-ordem de “Viva o povo palestino” e “Palestina livre”.

Claudio convidou para compor a mesa Ualid Rabah, presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), os autores do livro “Genocídio Isola Israel: desafio é criar o Estado da Palestina”, professor Nilson Araújo de Souza e Nathaniel Braia, além dos professores Patrícia Pimenta, Lilian Pacheco e José Donizete Fernandes, que passou a comandar o evento.

Veja vídeo com trechos dos pronunciamentos

Ualid foi intensamente aplaudido ao fazer um levantamento do número de mortos no atual massacre, apontando que proporcionalmente é um dos maiores perpetrados em toda a história. Ele enfatizou que, dado o espaço de tempo no ataque a Gaza, “a devastação tem dimensões mais mortais que o ritmo da destruição até mesmo do que a Segunda Guerra”.

O presidente da Fepal agradeceu o apoio dos professores e acrescentou que a “dimensão da solidariedade mundial ao povo palestino também é uma das maiores manifestações humanas de todos os tempos”.

Ualid denunciou que “Israel consegue provocar tamanha devastação por contar com o apoio em armas e diplomacia opressiva dos Estados Unidos”, destacando ainda que o imperialismo agride não só o povo palestino”, lembrando o ataque ao Vietnã, ao Iraque e à Líbia. “Foi a sanha imperialista que provocou duas guerras mundiais”.

O professor Nilson mostrou que o massacre do povo palestino teve início já nos primórdios da concepção do Estado de Israel, sob palavras de ordem colonialistas do sionismo, a exemplo da assertiva de que a Palestina seria “uma terra sem povo para um povo sem terra”, uma mentira que tem na própria luta de libertação do povo palestino seu desmentido histórico.

A limpeza étnica teve a sua exacerbação já com a Nakba (a Catástrofe, como os palestinos chamam o êxodo de centenas de milhares já nos idos de 1948, ano da implantação de Israel) disse ainda Nilson.

Nilson apresentou o livro e destacou um dos capítulos para afirmar: “A hora é de resistir ao fascismo de Netanyahu e pela abertura de negociações com intensificação do apoio internacional pela criação já do Estado da Palestina”.

Eles foram seguidos por Nathaniel Braia que enfatizou: “O genocídio que vem atingindo o povo palestino, já com mais de 36 mil mortes dos quais 15 mil crianças tem um comandante, o criminoso primeiro-ministro de Israel, Netanyahu e seus asseclas fanáticos, Gvir e Smotrich”.

Braia destacou que tanto em Israel quanto entre integrantes das comunidades judaicas no mundo inteiro, muitos se levantam e manifestam repulsa ao morticínio sob a consigna de ‘Não em nosso nome!”.

“É importante a presença de vocês professores, que devem levar o exemplo de civismo, de defesa de seus direitos enquanto povo, de defesa de sua história e de amor a sua pátria, exemplos que é importante seguirmos aqui no Brasil. Vale destacar a importância de levar aos alunos a compreensão do papel deletério do imperialismo, para que se perceba o cinismo de Biden, que a um tempo pede o cessar-fogo enviando armas em profusão para Israel seguir em seu extermínio”, disse ainda Braia.

O ato de solidariedade se deu como segunda parte de uma Assembleia que reiterou a decisão de realização de um Dia de Luta contra a falta de recursos para as escolas públicas do município. Dezenas de professores pediram a palavra durante a Assembleia para denunciar o congelamento de salários. Também foram erguidos cartazes contra a militarização das escolas e contra o arrocho salarial, afirmando: “Descongela Já!” Em sua chegada, os professores receberam um manifesto solidário ao povo palestino, com a assinatura de mais de 400 professores, afirmando: “Nós, professoras, professores e demais profissionais da educação básica no Brasil, nos somamos as iniciativas em todo o mundo contra o genocídio do povo palestino.  A opressão nacional sofrida pelos palestinos desde a criação do Estado de Israel se intensifica, um projeto de colonização cujo objetivo declarado é a tomada de seu território e o apagamento da sua existência, da sua cultura e da sua herança”. O manifesto foi endereçado ao presidente Lula, ao ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira e ao ministro da Educação, Camilo Santana.

Fonte: https://horadopovo.com.br/ato-em-repudio-ao-genocidio-perpetrado-por-netanyahu-reune-mais-de-mil-professores/