Ministro da Educação, Camilo Santana. Foto: Luis Fortes – MEC
O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou nesta segunda-feira (17) que neste momento do Brasil é preciso ampliar os recursos públicos na área e não promover cortes. O ministro participou de um encontro da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em Paris.
Camilo Santana se colocou a favor de uma ampliação dos investimentos na área educacional e afirmou que nunca foi procurado para discutir a redução dos recursos da pasta. “O Brasil não pode ter teto de gastos para a educação e muito menos cortes simplesmente para cumprir metas fiscais”, defendeu em entrevista à Agência Brasil.
A declaração do ministro acontece no momento em que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defende a aceleração de uma agenda de “revisão dos gastos públicos” em sua busca obsessiva pelo cumprimento da meta de zerar o déficit este ano.
A meta definida por Haddad é considerada por muitos economistas como irrealista e restritiva. Um objetivo que impede a retomada do crescimento econômico, atrapalha a reindustrialização e que não era esperada nem mesmo pelo próprio mercado financeiro.
“O presidente Lula sempre diz que despesa em educação não pode ser vista como gasto e sim como investimento. Nunca trataram comigo sobre esse tema e eu tenho defendido que, ao contrário, nós temos que ampliar os investimentos de educação”, reiterou Camilo Santana.
“Foi feito um levantamento recente pela OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico]. Dos 41 países que participaram, o Brasil é o terceiro com o menor orçamento para educação básica. O Brasil investe na educação básica em torno de US$ 3.580 por aluno matriculado. A média dos países da OCDE é de quase US$ 11 mil. Ou seja, estamos investindo um terço desses países. Diferentemente da educação superior, em que o Brasil já investe a média dos países da OCDE, que é mais ou menos em torno de quase US$ 15 mil por aluno”, disse.
Fonte: https://horadopovo.com.br/brasil-nao-pode-ter-teto-de-gastos-na-educacao-nem-cortes-para-cumprir-metas-fiscais-diz-camilo-santana/