O Brasil alcançou o registro de 4.127.571 casos prováveis de dengue nesta segunda-feira (29). Foram 206.300 novos registros desde a sexta-feira (26), data da última atualização realizada pelo Ministério da Saúde.
A nova atualização do Ministério da Saúde também informa que até agora 1.937 mortes em decorrência da dengue estão confirmadas, enquanto 2.345 seguem em investigação.
Em 2023, considerando o mesmo período, a pasta contabilizava 620 óbitos.
Só nos 4 primeiros meses de 2024, o total e tornou o maior deste século.
Em fevereiro, a secretária de Vigilância em Saúde da pasta, Ethel Maciel, afirmou que a expectativa do governo federal era de alcançar 4,2 milhões de casos até o fim deste ano. A marca pode ser superada ainda em maio.
Atualmente, os estados com emergência sanitária por dengue são: Amapá, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, além do Distrito Federal.
Minas Gerais é o Estado com o maior número de casos prováveis: 1.225.588; o Distrito Federal tem o maior coeficiente de incidência (número de casos a cada 100 mil habitantes): 8.507,9. É quase 4 vezes maior do que a média nacional, de 2.032,7;
São Paulo tem o maior número de pessoas mortas: 468. Equivale a 24% do total de mortes confirmadas no país neste ano.
Na cidade de São Paulo, inclusive, todos os bairros estão sofrendo com epidemia de dengue, informou a Prefeitura, nesta segunda-feira.
As mulheres registram 55,1% das mortes, enquanto os homens representam 44,9% e a maioria dos casos prováveis, 761.768, estão na faixa etária de 20 a 29 anos.
O Ministério da Saúde divulga diariamente os últimos dados de casos prováveis, mortes em investigação e confirmadas, e o coeficiente de incidência de dengue no Painel de Monitoramento das Arboviroses.
DEMORA NA RESPOSTA
Em meio à epidemia recorde de dengue que atinge o Brasil em 2024, o governo federal e em especial o Ministério da Saúde, vem sendo criticados por terem demorado a agir e não terem iniciado ações mais efetivas ainda no ano passado, quando várias autoridades sanitárias, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Fiocruz, já previam um surto sem precedentes no País.
A gestão atual do ministério reduziu em 58,5% o valor gasto com campanhas de comunicação para prevenção e conscientização sobre a dengue em 2023, mesmo com diversos alertas de que a epidemia de 2024 poderia alcançar um número recorde de casos e que a prevenção deveria ser intensificada antes da chegada do verão.
Em 2023, o Ministério da Saúde gastou R$ 13,1 milhões com campanhas de combate a dengue e outras arboviroses. Em 2022, os mesmos gastos haviam somado R$ 31,6 milhões, já em valores corrigidos pelo IPCA, índice oficial de inflação do País.
O valor gasto com campanhas publicitárias contra a dengue no ano passado foi menor também que os investimentos feitos em 2021, quando o governo federal aplicou R$ 23,2 milhões nessas ações, e em 2020, quando foram gastos R$ 28,5 milhões (todos os valores foram corrigidos pela inflação).
A redução desses gastos pelo governo federal foi levantada a partir dos dados com base em informações do Sistema de Comunicação de Governo do Poder Executivo Federal (Sicom).
MINISTÉRIO AFIRMA TER FEITO ‘REFORÇO SIGNIFICATIVO’
O Ministério da Saúde afirmou, em nota que “houve um reforço significativo nas campanhas de combate ao mosquito da dengue” em 2024, “com um investimento superior a R$ 40 milhões nos primeiros quatro meses do ano, representando um aumento de 33% em relação ao total investido em 2022″.
A pasta ainda afirmou que a previsão é que o gasto com campanhas contra a dengue neste ano chegue a R$ 58 milhões, com “veiculações programadas até janeiro de 2025″.
O Ministério da Saúde não falou sobre os motivos da queda de gastos em 2023, mas disse que realizou outras ações de prevenção da doença no ano passado. “Ao longo do ano passado, foram realizados encontros com gestores municipais e estaduais para alertas sobre o possível aumento de casos, ocorreu a instalação da Sala Nacional de Situação, regularização dos estoques de insumos para o enfrentamento da doença, a primeira etapa da campanha nacional de combate ao mosquito e o repasse de R$ 256 milhões para reforço das ações de vigilância aos Estados e municípios”, destacou o órgão, em nota.
A pasta diz que, já 2024, ampliou os repasses em até R$ 1,5 bilhão para apoiar Estados e municípios em situação de emergência e coordenou, em parceria com o Conselho Nacional de Secretários Municipais da Saúde (Conasems), o treinamento e formação dos profissionais de saúde e dos agentes de combate às endemias.
“O Ministério da Saúde também instalou o Centro de Operações de Emergência contra a dengue (COE Dengue) para coordenar, em conjunto com Estados e municípios, as estratégias de vigilância frente ao aumento de casos no Brasil, permitindo mais agilidade no monitoramento e análise do cenário para definição de ações oportunas para o enfrentamento da dengue”, disse.
O ministério disse ainda que a comunicação federal passa por um processo de modernização, com um trabalho de comunicação digital e exclusivamente orgânico, “o que possibilita atingir capilaridade para alcance do público geral”.
“O site do Ministério da Saúde é um dos mais acessados do governo federal, onde há informes, atualizações e campanhas relacionadas ao combate ao mosquito. Nas redes sociais, o Ministério da Saúde sistematicamente conta com ações de orientação e enfrentamento dentro da sua programação, incluindo personalidades de grande alcance atuando voluntariamente, não acrescido ao orçamento da campanha”, disse a pasta.
O post Brasil ultrapassa 4 milhões de casos de dengue e se aproxima de 2 mil mortes confirmadas apareceu primeiro em Hora do Povo.
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