Neste 1° de Maio, Dia Internacional do Trabalhador, as centrais sindicais realizaram um ato unificado no estacionamento do estádio do Corinthians, em Itaquera, zona Leste de São Paulo, com a participação do presidente Lula, do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, do deputado federal Guilherme Boulos, entre outras autoridades e personalidades políticas. O ato foi convocado pelas centrais CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CSB, Nova Central, Intersindical e Pública.
No evento, dirigentes sindicais falaram sobre conquistas recentes dos trabalhadores, durante o primeiro ano do governo Lula, como o projeto de igualdade salarial entre homens e mulheres, o ajuste da tabela do Imposto de Renda e a retomada de investimentos, mas também criticaram a manutenção da política de juros altos do Banco Central e a precarização do trabalho, aprofundada desde a reforma trabalhista.
“O 1º de Maio é um marco importante para a vida da classe trabalhadora em todo o mundo. Em 1886 iniciava uma greve dos trabalhadores em Chicago. A reivindicação era a redução da jornada de trabalho para 8 horas. Em pleno século 21, uma plataforma, a chamada ‘uberização do trabalho’, tenta impor jornada de 14, 15, 16 horas. A plataforma é moderna, mas o trabalho exaustivo remete ao trabalho escravo”, afirmou o presidente da CTB, Adilson Araújo.
“Perdemos muito com a reforma trabalhista, com a terceirização irrestrita e com a malfadada reforma da Previdência. A vitória de Lula é um marco fundamental para iniciarmos a reconstrução do país. Não há estranhamento entre Lula e o movimento sindical. Lula restabeleceu o diálogo com o movimento social. Foi o presidente Lula que disse que tem que igualar salário entre homens e mulheres, que tem que investir no desenvolvimento. Mas tem uma persona non grata, que é o Campos Neto, que diz ter autonomia para praticar esse juros altíssimos. Essa é nossa luta”, afirmou.
Para Nilza Pereira, secretária geral da Intersindical, “a recuperação do nosso país requer paciência, mas requer também coragem. Coragem dos trabalhadores, coragem do governo de revogar medidas, revogar ‘reformas’ feitas pelo governo Temer e pelo ‘inominável’. Precisamos também cobrar que os juros baixem mais, que a reforma tributária atenda aos trabalhadores”, ressaltou.
O presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), Moacyr Roberto, destacou que as pautas principais dos trabalhadores são a defesa do trabalho decente, a redução dos juros, valorização dos servidores públicos, igualdade salarial entre homens e mulheres, isenção da tabela do IR e valorização do salário mínimo. “Nosso total apoio aos servidores públicos, em especial da Educação, que estão há meses em mobilização e ainda sem nenhum resultado”, ressaltou ainda.

LULA
Em seu discurso, Lula saudou os ministros, os trabalhadores, e queixou-se também do baixo público presente no ato. “Vocês sabem que ontem eu conversei com ele [Márcio Macêdo] sobre esse ato e disse para ele: ‘Ô Márcio, o ato está mal convocado’. O ato está mal convocado, nós não fizemos o esforço necessário para levar a quantidade de gente que era preciso levar, mas, de qualquer forma, eu estou acostumado a falar com 1.000, com milhão, mas também se for necessário eu falo apenas com a senhora que está ali na minha frente”, disse.
Lula comemorou que “a economia brasileira já voltou a crescer, os salários já voltaram a crescer” e reafirmou a promessa de que “até o final do meu mandato, as pessoas que recebem até R$ 5 mil, não pagarão Imposto de Renda. A palavra continua em pé”, disse, destacando também a decisão do governo de manter o veto à desoneração de setores da economia. Para o presidente, “fazer desoneração sem que eles (mais ricos) sequer se comprometam a gerar um emprego e dar garantias para quem está trabalhando, eu quero dizer, no nosso país, não haverá desoneração para favorecer os mais ricos, e sim para favorecer aqueles que trabalham e vivem de salário”, completou.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, discursou reforçando a atuação do governo pela consolidação da política de igualdade salarial nas empresas e criticou o grupo de empresários que entrou na Justiça contra o projeto. “Determinei à área de fiscalização que fizesse um planejamento de visitas a essas 208 empresas para ver o que elas têm a esconder. Elas vão ser obrigadas a abrir, sim, o relatório de igualdade salarial”, disse Marinho.

O ato contou também com protestos contra a alta dos alimentos. Representantes da Federação das Mulheres Paulistas (FMP) entregaram uma carta contra a carestia ao presidente Lula e defenderam a necessidade do governo controlar os preços dos alimentos. Também foram registrados atos pelo Dia do Trabalhador nas cidades de Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Fortaleza, Maceió e no Recife.

O post Com Lula, Centrais fazem 1º de Maio pelo desenvolvimento e contra a precarização apareceu primeiro em Hora do Povo.
Fonte: https://horadopovo.com.br/com-lula-centrais-fazem-1o-de-maio-pelo-desenvolvimento-e-contra-a-precarizacao/