Divisa do Correios: “Greve é contra assalto de 30% nos salários pelo plano de saúde privatizado”

“Presidente da empresa partidariza gestão, é inexperiente e tem assessoria incompetente”, critica o presidente do Sindicato Trabalhadores dos Correios de São Paulo

Em entrevista exclusiva para o HP, Elias Júnior, o Divisa, presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de São Paulo, declarou que os ecetistas estão parados desde o dia 7 de agosto, numa das mais fortes greves da categoria, contra as mudanças no Plano de Saúde que consomem 30% do salário, desde que o plano foi terceirizado, e em alguns casos até quarterizado, além de não dar assistência aos mais velhos e crianças, que são quem mais precisam. A consequência é que vinte e cinco por cento dos funcionários já deixaram o plano de saúde.

“O desconto corrói o salário”, disse o líder sindical. Os trabalhadores exigem a redução no desconto e o retorno dos direitos. Pedem que o custo seja reduzido em 40%.

Para Divisa, “os empregados dos Correios estão decepcionados com a nova direção da empresa”, que tem uma enorme dificuldade de sentar à mesa para negociar e em muitas questões, ressalta, a dificuldade é maior que a da diretoria anterior. Segundo o sindicalista, a categoria, na grande maioria, votou no Lula, atendendo ao chamado do sindicato.

De acordo com Divisa, são três as principais deficiências do atual presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos. “A mais grave é a partidarização. Ele prioriza a relação com petistas. Isso o afasta dos trabalhadores. É inexperiente e tem uma assessoria incompetente”, critica.

Para o presidente do sindicato dos Correios, “a CUT sabotou a greve. A maior prova disso é uma carta de apoio das centrais sindicais, na qual a CUT e a Força Sindical não assinaram”.

Divisa considera burrice a política de trabalhar contra os movimentos reivindicatórios ao governo federal. “Quanto mais economizam aqui, mais enviam em pagamentos de juros para os bancos. O próprio Lula pediu que aumentássemos a pressão para equilibrar a força do outro lado”, declarou.