Estudantes pedem fim do arcabouço fiscal em inauguração de obras na Unifesp

Ato se deu após discurso do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendendo que o governo deve seguir amarrado à regra fiscal – que exige cortes de investimentos públicos

Estudantes exigiram a revogação do arcabouço fiscal, após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defender que o governo deve seguir amarrado à regra fiscal – que exige cortes de investimentos públicos.

A manifestação ocorreu durante inauguração do edifício acadêmico e administrativo da Escola Paulista de Política, Economia e Negócios (Eppen), do Campus Osasco da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), na última sexta-feira (5).

O presidente Lula também estava presente no evento, em que os manifestantes também ergueram cartazes com pedidos de moradia estudantil e melhores condições de trabalho para os professores.

“O arcabouço, vou revogar. Por orçamento e reajuste já”, cobraram os estudantes no evento.

Na última semana, o ministro da Fazenda anunciou um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias, que será realizado via projeto de lei orçamentária de 2025 – como forma de agradar os bancos e especuladores financeiros que alardeiam uma falsa crise fiscal, em prol da manutenção dos mais de R$ 700 bilhões que estes ganham com os altos juros cobrados na dívida pública.

O corte orçamentário atingirá as despesas com a Previdência, Benefício de Prestação Continuada (BPC), seguros desemprego, salários de servidores, entre outras verbas sociais. O projeto de lei orçamentária de 2025 será apresentado em agosto ao Congresso Nacional.

Para cumprir o arcabouço fiscal e metas fiscais neste ano, a equipe econômica do governo Lula vem realizando contingenciamentos orçamentários nas pastas ministeriais e brecando reajuste dos servidores, caso dos docentes universitários, por exemplo, que entraram em greve em busca de um reajuste salarial em 2024. Após acordo, o reajuste dos docentes ficou só para 2025.

Em meio à promessa do ministro da Fazenda de cortes de investimento e de benefícios sociais, o presidente Lula foi cobrado durante o evento por uma estudante de Direito informando que as obras no local “não estão completas”.

“Depois de muita luta e 14 anos de espera, finalmente estamos presenciando a inauguração oficial de apenas metade de um novo campus da Unifesp, o qual foi aguardado ansiosamente por toda comunidade acadêmica”, disse a estudante durante a solenidade.

“Em uma celebração com a presença do excelentíssimo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é necessário reforçar que as obras do campus não estão completas, e ainda nos falta o auditório, o prédio da biblioteca e a quadra e anfiteatros”,  completou Jamily Fernandes, que está  no 3º período de Direito na instituição.

Em resposta à estudante, Haddad disse que “Universidade não é um prédio”, mas “uma obra que não tem fim” e prometeu entregar em 2025 a biblioteca.

Em seu discurso, Haddad disse que “tem certeza que com sua sabedoria [Lula] de unir responsabilidade social, responsabilidade ambiental e responsabilidade com as contas públicas, ele vai fazer um grande 3º mandato marcando a história do Brasil para todo o sempre na área da educação”, declarou.