Greve dos servidores do INSS mobiliza 60% categoria e pressiona governo por melhores condições

Apesar das tentativas do governo de coibir a greve dos servidores do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), a paralisação da categoria segue firme e já mobiliza cerca de 60% da força de trabalho.

A greve foi deflagrada no dia 10 de julho e desde então só vem crescendo, mesmo após a direção do INSS ter entrado com uma ação no Superior Tribunal de Justiça (STJ), pedindo que 85% das equipes em cada unidade da autarquia retornem ao trabalho. Na decisão, a ministra Maria Thereza de Assis Moura, do STJ, considerou que, até o momento, a greve ocorre de forma legal, mantendo-se os 85% das unidades do INSS funcionando.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social e Previdência (Sinssp-BR), um terço das agências de atendimento estão parcialmente ou totalmente fechadas, e a adesão dos servidores no teletrabalho atinge cerca de 40%. O sindicato diz ainda que a perspectiva é de que a paralisação cresça ainda mais, com a sinalização dos trabalhadores que estão de férias retornarem ao trabalho já notificando a chefia imediata sobre a adesão à greve.

Além da pauta salarial, com reajuste de 9% em janeiro de 2025 e 9% em janeiro de 2026, os servidores reivindicam melhores condições de trabalho, valorização da carreira, ampliação das vagas de concurso e, principalmente, investimentos na melhoria da infraestrutura do INSS.

Os servidores querem ainda a obrigatoriedade de nível superior para o ingresso no cargo de Técnico do Seguro Social, enquadramento como Carreira Típica de Estado, reestruturação da tabela remuneratória de acordo com a NT13 (com Adicional de Qualificação) e abertura das Mesas Setoriais com prazo improrrogável (defesa do teletrabalho, novas regras para o bônus e pontuação).

De acordo com o sindicato, com a mobilização, a categoria já obteve um ligeiro êxito, e na última reunião da Mesa Específica e Temporária sobre o INSS, realizada no Ministério da Gestão e Inovação (MGI), o governo apresentou uma nova proposta com recuos significativos, como a não extinção do GAE, gratificação que existe há mais de 30 anos para a categoria.