Foto: Andes-SN
Os servidores da Educação federal em greve estão convocando nova mobilização em Brasília no próximo dia 14 de junho, data em que sindicatos se reúnem com representantes do Ministério da Educação (MEC) e Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).
De acordo com o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), “a intransigência do governo em manter o reajuste zero em 2024 e em não avançar em propostas que não têm impacto orçamentário continua”, e o dia 14 de junho “é momento de mostrar a força da greve docente federal”, afirma a entidade, destacando que “temos a expectativa de receber um retorno com propostas sobre nossa pauta, o que avançaria na busca de um bom termo entre as partes no processo negocial”.
Nesta semana, após a fala do presidente Lula na reunião com reitores de universidades e dirigentes de institutos federais, sinalizando a manutenção do reajuste zero para docentes e técnicos em educação em 2024 e cobrando das entidades que representam as categorias que a greve está demorando demais para terminar, o coordenador geral do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), David Lobão, respondeu ao presidente reforçando que “a greve da categoria se prolonga porque as propostas do governo são insuficientes”.
Davi Lobão também destacou que, na verdade, o próprio encontro do presidente com reitores para anunciar investimentos de R$ 5,5 bilhões nas instituições, foi fruto da mobilização dos servidores – a greve dos docentes que já dura 50 dias, e dos técnico-administrativos há quase 90 dias: “Alguém acredita que o presidente Lula se reuniria com os reitores se não fosse a nossa greve”, questionou. “Nossa greve pauta a recomposição orçamentária. Essa reunião é uma grande conquista da nossa greve, mas é insuficiente”, disse.
O sindicalista afirma que os técnicos administrativos em educação têm “a menor remuneração do serviço público federal”. De acordo com David Lobão, a categoria quer sim “acabar a greve”, mas para isso “o governo tem que ter diálogo” com as entidades que lideram a greve e representam a maioria das categorias, como o Andes-SN e o Sinasefe, e não o diálogo de “forma acintosa e açodada para legalizar um sindicato fantasma que não representa ninguém”, disse, referindo-se à assinatura do acordo de reajuste celebrado entre o governo e a Proifes.
De acordo com o Andes, a insistência do governo no reajuste zero em 2024 continua penalizando os servidores, aposentados e principalmente as mulheres. “Zero reajuste em 2024 tem impacto para todas e todos docentes federais. No entanto, a corrosão salarial prejudica ainda mais algumas parcelas da categoria”, afirma a entidade.
“Além disso, o governo federal valorizou, com reajustes salariais expressivos, categorias majoritariamente compostas por homens. A Polícia Penal, por exemplo, recebeu 77,15% de reajuste (2024 a 2026) e possui apenas 20,5% de mulheres em sua composição”, afirma Fabiana Costa, representante do Comando Local de Greve da Associação de Docentes da Universidade Federal de Pernambuco (Adufepe Seção Sindical), no Comando Nacional de Greve do Andes-SN.
Fonte: https://horadopovo.com.br/greve-se-prolonga-porque-governo-mantem-intransigencia-com-reajuste-zero-diz-sindicato/