Lançamento do livro “Genocídio isola Israel: desafio é criar Estado da Palestina” lota livraria

Lançado na Livraria Anita Garibaldi, nesta sexta (26), o livro de autoria de Nilson Araújo de Souza e Nathaniel Braia trouxe para o local lideranças políticas, de organizações sindicais, do movimento feminino e de movimentos sociais, líderes da União dos Estudantes Secundaristas de São Paulo, ativistas da Juventude Pátria Livre, integrantes das comunidades árabe e judaica. A noite de autógrafos foi precedida de um debate com os autores e líderes presentes, realizado no auditório da sede do Patido Comunista do Brasil

A Juventude pátria livre e a rede HispanTV produziram vídeos sobre o evento.

 “O livro e a massiva presença no seu lançamento, demonstram que o repúdio ao genocídio perpetrado por Israel contra os palestinos na Faixa de Gaza vem crescendo a cada dia”, declarou o secretário-geral da Confederação Palestina Latino-Americana e do Caribe (COPLAC), Emir Mourad. Ele destacou as “manifestações que tomam conta das universidades norte-americanas e que agora começam a se espraiar pela Europa”.

O debate, organizado pela Fundação Maurício Grabois, foi coordenado por Rosanita Campos, diretora de Políticas para o Desenvolvimento da entidade. 

Lideranças presentes ao lançamento

“Como diz o livro de Nilson Araújo e Nathaniel Braia, tem que ser criado o Estado Palestino, já reconhecido por 142 nações e justeza de sua realização já toma conta da opinião pública mundial”, destacou o dirigente do PCdoB, Jamil Murad, que integra o Comitê Central do partido.

Veja vídeo produzido pela rede Hispan TV no link:

https://www.hispantv.com/noticias/brasil/583476/presentacion-libro-genocidio-palestino

“GENOCÍDIO JÁ TEM MAIS DE UM SÉCULO”, DIZ NILSON

“Hoje já não há mais dúvidas de que aquilo que vem ocorrendo na Faixa de Gaza é um genocídio, esse genocídio, assim como essa opressão ao povo palestino, não teve início como uma reação ao 7 de outubro, data da ação da resistência palestina contra o regime de Israel. Vem de muito antes e como consequência do advento do sionismo, uma ideologia racista, supremacista e de usurpação da terra palestina”, delarou o professor Nilson Araújo de Souza, um dos autores do livro.

Nilson lembrou as palavras de um judeu sul-africano que combateu o regime discricionário sul-africano no seio das fileiras do Congresso Nacional Africano, liderado por Nelson Mandela:. “Roni Kasrills declarou, no Fórum Mundial Palestina Livre, realizado em Porto Alegre que o apartheid exercido pelo Estado de Israel é muito pior do que o sul-africano”.

Fez uma detalhada análise da ascensão do sionismo. “Desde que esse movimento, portador de uma visão racista e colonialista, surgiu, em 1897, no Congresso da Basileia, convocado e presidido por Theodor Herzl, reuniu os sionistas que, ao chegarem ao Oriente Médio adotaram como objetivo se imporem na região, com apoio sobretudo da Inglaterra. Depois, com a criação do Estado de Israel, transformaram-se em braço do imperialismo dos Estados Unidos no Oriente Médio”.

Nilson tratou também da instrumentalização desse movimento, “em um verdadeiro sequestro da religião judaica adotando a ideia de que Israel seria lar do povo eleito, a terra prometida por Deus e sem tomar conhecimento do povo que vivia na região e cuja formação vem de milhares de anos, com base na consigna de falsidade, a de ‘Uma terra sem povo para um povo sem terra’”.

Comentou a campanha para caracterizar quem luta contra o sionismo como antissemita. Falou de obras de Karl Marx e Sigmund Freud, ambps de origem judaica, para mostrar que “as ideias sionistas não são absolutas entre os judeus e que a ideia do antissemitismo como mal da esquerda é, na verdade, uma grande falácia na infrutífera tentativa de desqualificar a crítica ao Estado de Israel e sua ação de opressão, assalto e massacre do povo palestino que vem angariando apoio e admiração crescente por sua resistência”.

Segundo Nilson Araújo, não se pode admitir a lógica que tornou um povo massacrado e humilhado para supostamente libertar outro e que “a denúncia dessa lógica genocida está isolando os governos de Israel e dos Estados Unidos”.

“NETANYAHU QUER MERGULHAR A REGIÃO EM GUERRA”, AFIRMA BRAIA

O outro autor, Nathaniel Braia, relatou as torturas infligidas aos palestinos que as forças de ocupação israelenses prenderam em sua invasão a Gaza: “São torturas semelhantes às mais desumanas perpetradas na prisão de Guántanamo ou na de Abu Ghraib, no Iraque. Fazem parte de um genocídio que, além do morticínio que atinge principalmente mulheres e crianças, afunda este Estado em uma barbárie poucas vezes vista”.

Braia falou também da atitude do governo israelense de postergar um acordo com o Hamas para prosseguir com o massacre o qual a Humanidade inteira exige que se ponha fim. “Netanyahu achou um jeito de fazer uma provocação ao Irã, na expectativa de criar mais um pretexto para estender a guerra. É uma tentativa cada vez mais visivelmente fajuta de divulgar a falsa versão de que está sendo atacado, quando na verdade agride os vizinhos”.

De origem judaica, Braia disse que um dos motivos para escrever o livro com Nilson é mostrar que a justiça para os palestinos é uma luta que se espraiou por toda a Humanidade e ganhou força também entre os judeus. Segundo ele, essa informação precisa ser registrada para se contrapor à mídia cooptada por Israel, assim como lideranças de instituições judaicas direitistas e incondicionalmente submetidas à ideologia sionista, que manipulam os fatos para caracterizar quem é contra o regime de Netanyahu, assim como contra os fascistas israelenses como antissemita”.

“Na verdade”, disse, “antissemita é quem ataca os paelstinos de origem semita e agride os judeus que combatem os fascistas que tomaram o poder em Israel”. Lembrou que “na comunidade judaica dos Estados Unidos existem muitas manifestações contra o extermínio de palestinos e pelo reconhecimento de seu Estado”.

Braia lembrou que “este fascismo judaico-israelense comandado por Netanyahu e seus asseclas, chefes do assalto a terras palestinas, os fanáticos Smotrich e Gvir, que compõem o atual governo, estão recebendo o repúdio crescente do mundo inteiro, incluindo lideranças judaicas nos Estados Unidos, na Eurolpa, em Israel e aqui no Brasil”.

“IMPERIALISMO NORTE-AMERICANO É CÚMPLICE”

A presidente da UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas), Valentina Macedo, afirmou que “não se pode tratar da questão palestina sem falar do imperialismo norte-americano, pois é este que garante o supremacismo israelense imposto pelas armas dos EUA”.

Segundo Valentina Macedo, “o livro cumpre papel muito importante para a juventude entender o que está acontecendo e apoiar cada vez mais a luta do povo palestino. Principalmente nesse momento, em que um cessar-fogo é determinante para conter o massacre e discutir a necessidade de um Estado palestino como instrumento de libertação”. Disse ainda que “o Estado de Israel está se isolando cada vez mais, com diversas nações se unindo contra os ataques ao povo palestino.”

A PIOR DAS MATANÇAS

Ualib Rabah, presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), denunciou a escalada da violência em Gaza como algo assustador. Lembrou que até bem pouco tempo era muito difícil falar que na Palestina existe um genocídio, uma limpeza étnica. Hoje existem livros que falam disso, como é o caso da obra de Nilson Araújo e Nathaniel Braia. Segundo ele, “essa é, em termos proporcionais, a maior matança de civis da história humana, sobre qualquer aspecto possível, mesmo quando se compara com a Segunda Guerra Mundial.”

Para Rabah, “não houve nenhum conflito no qual, em um espaço de 200 dias tenham morrido mais de 10 mil crianças por milhão, por exemplo”.

Ele citou números que, em termos proporcionais, superam a mortandade de crianças até mesmo no campo de extermínio de Auschwitz. Fez também comparações com a guerra na Ucrânia sobre a morte de civis, que é muito mais reduzida. Rabah reiterou que “em Gaza ocorre a maior matança de crianças em qualquer guerra conhecida. Inclusive no ventre de mães, assassinadas por este Estado. Um genocídio programado, uma matança macabra afirmou. “Mas o povo palestino é invencível, a humanidade vencerá”, concluiu.

Entre as presenças registramos Ubiraci Dantas, vice-presidente da CTB, Cesar Callegari, deputado estadual, ativistas Ibrahim, Naser e Mauro Korban, da comunidade árabe, Valério Benfica, presidente do CPC-UMES, Mariana Moura, liderança acadêmica e ainda integrantes da redação do jornal Hora do Povo.

O dirigente da Juventude Pátria Livre (JPL), Lucas Chen, destacou que “estamos diante de um massacre que tem ocorrido durante seis meses ininterruptos. Somos pelo fim do massacre, Palestina Livre Já!”.

A liderança palestina e jornalista Amira El Khalil, parabenizou os autores do livro “Genocídio isola Israel: desafio é criar o Estado da Palestina” e destacou o quanto sua publicação surge no momento necessário para a mobilização das consciências e acrescentou que “hoje a sociedade pode perceber, com toda a clareza, o quanto estava correto o autor ao lançar sua obra pioneira, ‘O apartheid de Israel’, que se tornou um instrumento de luta nas mãos dos que almejam ver a Palestina livre com o direito dos palestinos ao seu Estado materializado e mundialmente reconhecido. Um livro lançado no início dos anos 2.000, quando governava Israel o insano Ariel Sharon, que perpetrou o massacre de Sabra e Shatila”.

Veja vídeo produzido pela organização Juventude Pátria Livre no link:

https://www.instagram.com/reel/C6SNiKVtlhb/?utm_source=ig_web_button_share_sheet

O livro pode ser adquirido através do link:

https://www.livrariaanita.com.br/genocidio-isola-israel;-desafio-e-criar-estado-da-palestina/p

Esta matéria foi produzida com contribuições de Oswaldo Bertolino, diretor de Comunicação da Fundação Maurício Grabois

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