A carnavalesca Rosa Magalhães, a mais premiada no carnaval carioca, morreu na noite de quinta-feira (25), aos 77 anos, vítima de um enfarte. O corpo de Rosa está sendo velado na tarde desta sexta-feira, no Palácio da Cidade, em Botafogo, na Zona Sul do Rio.
Ao longo de uma carreira de mais de 50 anos, Rosa Magalhães foi oito vezes campeã, criando desfiles grandiosos, luxuosos, criativos e perfeccionistas nos detalhes, acabamentos e efeitos, elevando as suas criações à categoria dos grandes artistas plásticos.
Levou ao título as escolas Imperatriz Leopoldinense, Unidos de Vila Isabel e Império Serrano, mas foi na Imperatriz que fez história, conquistando, com a agremiação de Ramos, cinco títulos, em 1994, 1995, 1999, 2000 e 2001, além de passagens marcantes por outras escolas desde 1970, antes do Sambódromo.
Formada em Pintura, Cenografia e Indumentária e ex-professora da Escola de Belas Artes da UFRJ, filha do jornalista, escritor e acadêmico Raimundo Magalhães Júnior, que foi jurado do primeiro desfile das escolas de samba, em 1932, e da teatróloga Lúcia Benedetti, sua atuação nos desfiles começou cedo e ao lado de outras grandes figuras do carnaval carioca, como Fernando Pamplona, Arlindo Rodrigues, Maria Augusta, Lícia Lacerda e Joãozinho Trinta.
“Rosa foi a maior fazedora da maior das festas populares do planeta. Só isso já bastaria para ser considerada uma das grandes artistas brasileiras de todos os tempos. Uma capacidade única de descobrir histórias e contar para as pessoas a partir de uma linguagem inventada pelo Brasil: o desfile das escolas de samba”, afirmou o jornalista e amigo da carnavalesca Fábio Fabato.
Mas sua criatividade não se limitou apenas ao carnaval. Em 2007, foi responsável pelos figurinos da cerimônia de abertura dos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro, trabalho que lhe rendeu um prêmio Emmy na categoria figurino. Em 2016, foi responsável pela cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos do Rio, que brindou o mundo com o melhor da cultura popular brasileira, com muito samba, forró, frevo, e a presença brilhante de Martinho da Vila cantando “Carinhoso”. Rosa Magalhães também trabalhou como cenógrafa de várias novelas e séries da TV Globo.
Como afirmou o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes: “Perdemos uma das mentes mais brilhantes da nossa maior manifestação cultural. A história de Rosa Magalhães se confunde com a do próprio carnaval. De um jeito único, ela encantou a todos nós com sua capacidade de materializar sonhos na avenida e emocionar quem assistia. Uma verdadeira Imperatriz do samba, que deu à Leopoldinense inúmeras alegrias e títulos. Também deixou sua marca na Vila e na Império Serrano. Como pensar carnaval sem Rosa? Como esquecer bum bum paticumbum prugurundum? Como não cantarolar ‘que ti-ti-ti é esse’ e não completar com ‘que vem da Sapucaí’? Tudo com a marca sem igual dessa mulher que dedicou sua vida ao carnaval e tanto contribuiu para o Rio, incluindo a cerimônia das Olimpíadas em 2016. Inesquecível, única e incomparável. Faça festa no céu, Rosa, porque aqui você será sempre lembrada!”.
Fonte: https://horadopovo.com.br/morre-aos-77-anos-rosa-magalhaes-carnavalesca-iconica-e-maior-campea-do-carnaval-carioca/