O governo deve apresentar uma nova proposta de reajuste e reestruturação de carreiras aos servidores da educação. A decisão, explicitada pelo ministro da Educação, Camilo Santana, na quinta-feira (9), se dá em meio à greve de docentes e técnicos administrativos das instituições federais de ensino, que não aceitam a última proposta apresentada na Mesa de Negociação, de reajuste zero este ano.
“Estive discutindo uma nova proposta para ser apresentada na próxima semana e que a gente espera que possa chegar num consenso com transparência, com diálogo, reconhecendo o valor dos servidores da educação federal nesse país. Então, esperamos que a gente possa superar, até porque isso é um prejuízo para os alunos, para a academia, e a gente espera que a gente possa, após uma semana, chegar a um acordo e retornarmos aí as atividades nas unidades que foram suspensas”, disse o ministro.
A retomada da negociação é feita também após declaração do presidente Lula, que, na última terça-feira (7) afirmou que o governo apresentará uma nova proposta ao servidores em greve.
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A greve, iniciada em abril, mobiliza servidores de mais de 50 universidades e institutos de ensino no país. A categoria reivindica recomposição salarial que varia de 22,71% a 34,32% e reestruturação das carreiras. Os servidores da Educação também cobram a recomposição do orçamento e o reajuste imediato dos auxílios e bolsas dos estudantes.
Sobre a nova proposta, ainda não há informações sobre o que será oferecido aos servidores, mas o próprio ministro da Educação fez questão de lembrar que os servidores federais estão há seis anos sem reajuste.
“No primeiro ano [2023] do governo do presidente Lula, foi dado um reajuste de 9%, que foi o dobro da inflação do ano passado. Abriu-se as mesas de negociações porque não é só uma questão salarial, os técnicos administrativos também reivindicam a revisão da carreira dos servidores”, destacou o ministro em cerimônia em Pernambuco, para oficializar a adesão do Estado ao programa de incentivo financeiro-educacional Pé-de-Meia.
As Mesas de Negociações entre os servidores e governo estão sendo conduzidas pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, comandado pela ministra Esther Dweck, mas o ministro Camilo Santana disse que tem se colocado à disposição por entender “a necessidade de valorizar o papel dos servidores das universidades e institutos federais”.
“Lamento a greve, porque ela é quando não tem diálogo, mas o nosso governo sempre esteve aberto ao diálogo e esperamos superar esse momento, porque isso prejudica os estudantes e o calendário escolar”, disse.
A presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Pernambuco (Adufepe), Teresa Lopes, considerou que uma nova negociação é um gesto positivo do governo. “Nós queremos chegar a uma negociação. A fala do ministro é muito importante no sentido de entender que recompor o orçamento das universidades e recompor o nosso salário, é um processo de valorização da educação no Brasil”, afirmou Teresa Lopes.
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