Prontuário de Lessa de 2009 mostra que relação do miliciano com Bolsonaro vem de longa data

Ronnie Lessa, matador de Marielle, e Bolsonaro eram vizinhos no Vivendas da Barra – Fotos: Agência Câmara e reprodução TV Globo

Um relatório médico do ex-policial militar Ronnie Lessa, assassino confesso da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), revela a ajuda significativa prestada por Jair Bolsonaro (PL) para que ele conseguisse atendimento médico na Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR) em 2009.

O documento, obtido pela ‘Folha de S. Paulo’, foi incluído nos autos da investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro sobre o assassinato da vereadora e do motorista Anderson Gomes.

Conforme apurado pelo jornal, a intervenção de Bolsonaro, na época deputado federal pelo Rio de Janeiro, foi crucial para que Lessa obtivesse o atendimento na instituição. Este suporte à Lessa ocorreu após ele sofrer um ataque com uma bomba implantada em seu carro, que resultou na perda de parte de sua perna esquerda.

Imagem: Reprodução/FSP

Em uma entrevista concedida à revista Veja em 2022, Lessa confirmou ter recebido a ajuda de Bolsonaro, destacando o papel do então deputado como patrono da ABBR. “Bolsonaro era patrono da ABBR. Quando soube o que aconteceu, interferiu. Ele gosta de ajudar a polícia porque é quem o botou no poder. Podia ser qualquer outro policial”, afirmou Lessa.

Apesar da ajuda recebida, Lessa mencionou que o tratamento no local durou apenas duas semanas, uma vez que o seguro possibilitou a compra de uma prótese melhor. Em suas palavras à Veja, ele expressou um certo ressentimento: “No final dessa história eu saio como mal-agradecido. Nunca fui apertar a mão dele”.

O contraste entre a declaração de Bolsonaro, que afirma não conhecer Lessa, e os detalhes revelados pelo relatório médico e pela própria confissão do ex-policial, levanta questionamentos sobre a natureza da relação entre os dois. O miliciano também era vizinho de Bolsonaro no condomínio Viviendas da Barra, na zona oeste do Rio de Janeiro, onde foi preso pela execução de Marielle e Andersom.

A investigação da morte de Marielle Franco e Anderson Gomes continua trazendo à tona conexões e detalhes que complicam as declarações públicas de Bolsonaro sobre sua relação com Lessa.

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Fonte: https://horadopovo.com.br/prontuario-de-lessa-de-2009-comprova-que-relacao-do-miliciano-com-bolsonaro-vem-de-longa-data/