Foto: Sintectrj
A greve dos trabalhadores dos Correios, que já atinge nove estados, com adesão de 70% dos funcionários, ganhou um novo fôlego após a reunião ampliada na sexta-feira (16) da Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (FINDECT) com delegados sindicais rejeitando mais uma vez a proposta apresentada pela empresa.
Nesta segunda-feira (19), a mobilização promete se ampliar ainda mais, com a realização de novas assembleias de sindicatos filiados à FINDECT e de sindicatos de outra federação, que devem aderir ao movimento grevista.
Segundo a entidade, além de “não atender às expectativas dos trabalhadores”, a proposta dos Correios contém “diversas pegadinhas e cláusulas que não correspondem aos anseios da categoria”.
“Analisando a proposta de reajuste salarial apresentada pela ECT observamos que a proposta traz um prejuízo muito grande para os trabalhadores com remuneração acima de R$ 6.300,00 (seis mil e trezentos reais), pois apresenta reajuste de apenas 4,11% (quatro vírgula onze por cento) somente a partir de Janeiro de 2025, reduzindo em 50% (cinquenta por cento) o valor que o empregado tem direito ao período de agosto/2024 a julho/2025”, afirma a Federação.
Além de reajuste salarial compatível com a inflação, melhorias nas condições de trabalho, garantia de direitos já conquistados e abertura de concurso público, uma das principais reivindicações dos trabalhadores é em relação ao Plano de Saúde.
De acordo declaração do vice-presidente da FINDECT e presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de São Paulo, Elias Diviza, em entrevista ao HP, “o Plano de Saúde consome 30% do salário dos trabalhadores, desde que foi terceirizado, e em alguns casos até quarterizado, além de não dar assistência aos mais velhos e crianças, que são quem mais precisam”. Segundo Diviza, a consequência é que “25% dos funcionários já deixaram o plano de saúde”.
Afirmando que diante da intransigência da empresa “a greve é uma resposta necessária às tentativas de desvalorização dos trabalhadores” e que “a mobilização pode ser estender por tempo indeterminado”, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Rio de Janeiro, Marcos Sant’aguida reforçou que a categoria não aceitará “migalhas”.
“Somos uma categoria forte, que já mostrou diversas vezes que sabe lutar por seus direitos. Estamos dispostos a continuar mobilizados até que nossas demandas sejam atendidas”, disse Sant’aguida.
Em seu site, a FINDECT e os sindicatos reiteram a importância da mobilização contínua de todos os trabalhadores dos Correios afirmando que “somente através da participação massiva e do engajamento coletivo será possível pressionar a empresa a rever sua proposta e atender às legítimas reivindicações da categoria”.
Fonte: https://horadopovo.com.br/proposta-dos-correios-para-salario-e-plano-de-saude-sao-insuficientes-e-greve-continua-afirma-federacao/