Remédios mais caros agravam crise financeira de aposentados

(Eber Faioli/UFMG)

O aumento anual do preço dos medicamentos, que começou a valer no último dia 31, é um peso a mais na vida dos brasileiros, mais especialmente dos aposentados e pessoas que dependem de remédios de uso contínuo.

Embora o reajuste médio aprovado, de 3,83%, seja inferior à inflação acumulada no período, de 5,06% – teto para o aumento dos remédios -, a alta acontece no momento em que as pessoas já têm que enfrentar a carestia dos alimentos básicos como ovo, café, e tantos outros.

O reajuste, que trata da regulação do setor farmacêutico, é definido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), que tem como base a Lei nº 10.742, de 2003, e prevê a possibilidade de mudança anual nos valores comercializados dos produtos.

Para o presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Milton Cavalo, “o alto custo dos remédios compromete uma parte significativa da renda dos idosos, tornando ainda mais difícil equilibrar o orçamento mensal”.

De acordo com ele, diante desse cenário em que os aposentados “são o grupo mais impactado por doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, que exigem uso constante de remédios”, se torna cada vez mais urgente “a valorização das aposentadorias, pois é essencial garantir que aqueles que trabalharam a vida inteira possam viver com dignidade”.

“É fundamental lutar por políticas que garantam o aumento real das aposentadorias acima de um salário mínimo, para que os idosos não sejam prejudicados pelo avanço da inflação e pelos reajustes abusivos nos preços dos medicamentos”, afirma.

Ele alerta que a valorização dos aposentados deve ser uma prioridade. “Eles contribuíram por anos para o desenvolvimento do país e merecem respeito e reconhecimento. Por isso, o sindicato seguirá firme na defesa de reajustes justos dos benefícios, garantindo melhores condições de vida para todos os aposentados”, diz.

O sindicalista reforça ainda a luta do sindicato pela aprovação do Projeto de Lei 1468/23, do deputado Pompeo de Mattos, que garante 5% de reajuste adicional para os benefícios, o Quinquênio das Aposentadorias.
 

Fonte: https://horadopovo.com.br/remedios-mais-caros-agravam-crise-financeira-de-aposentados/