Sem acordo em negociação, motoristas de ônibus de São Paulo mantêm greve para quarta-feira

O Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (SMTTrusp) manterá a greve a partir da meia-noite desta quarta-feira (3). A decisão, aprovada em assembleia da categoria na última sexta-feira, foi tomada após audiência sem acordo na Justiça do Trabalho realizada nesta terça-feira.

A proposta salarial apresentada pelos patrões foi “reajuste de 3,60%, índice este acima do INPC do período (3,23%), o que poderá ser ainda elevado a depender do índice que for definido pela FIPE no salariômetro, podendo este chegar a 4%, segundo previsões iniciais”, segundo a ata da audiência. O percentual anterior, que foi negado pelo Sindicato, era de 3,23%.

Apesar do avanço no item salarial, o sindicato afirma que a proposta ainda está “distante do que a gente quer”. “O SindMotoristas está de acordo com a proposta salarial, no entanto, entende-se que outros pleitos precisam ser resolvidos para o fechamento do acordo total. São eles, além do reajuste salarial, jornada de trabalho de 6h30 trabalhadas e 30 minutos de intervalo remunerado”.

“O patronal fez a proposta de apenas um item, e incompleto. Faltam tantas outras reivindicações para analisar”, disse Willian Ribeiro, representante do Sindicato, à revista Exame.

Além da redução da jornada, entre as reivindicações apresentadas pela categoria e consideradas inegociáveis estão a ampliação na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), um reajuste do valor do tíquete para R$ 38, uma cesta básica com produtos de qualidade e o fim do termo “similar” dos produtos.

Na audiência, diante da falta de acordo entre os trabalhadores e a empresa, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou que a categoria deverá manter 100% do efetivo nos horários de pico (das 6h às 9h e das 16h às 19h) e no mínimo 50% nos demais períodos.