Foto: Andes-SN
As entidades que representam os docentes e os servidores técnico-administrativos em educação assinaram, na noite de quinta-feira (27), o Termo de Acordo com o governo federal sobre a campanha salarial das categorias. A assinatura, com a presença da ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, se dá após as assembleias de base em todo o país decidirem aceitar a proposta do governo e encerrar a greve após mais de dois meses.
Na avaliação das entidades – Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica) e Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil) –, apesar de a proposta do governo, que manteve o reajuste zero em 2024, ainda ser insuficiente, o resultado da mobilização “contabiliza saldo positivo”.
“Os acordos hoje assinados cristalizam conquistas das greves na educação federal. É certo que essas vitórias são insuficientes, perto das pautas reivindicativas e das necessidades dos servidores e servidoras da educação. Mas também sinalizam conquistas materiais e políticas daqueles e daquelas que lutam”, afirmou o presidente do ANDES-SN, Gustavo Seferian.
“Hoje, tivemos um acordo que não foi feito no subterrâneo, em uma reunião secreta, com as ratazanas, mas sim, junto a ministros de Estado, com o reconhecimento da legitimidade dessas entidades enquanto representantes da mobilização que nesses últimos meses tomou o país e apontou a necessidade de reconhecermos a continuidade desses nossos bons embates”, afirma Seferian , referindo-se à assinatura de um acordo para o fim da greve, firmado entre o governo e a Proifes (Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico) no início de junho, considerada pela ampla maioria da categoria como uma “farsa”.
“A luta continua para cobrar o cumprimento do acordo, avanços nos grupos de trabalho, a execução dos recursos previstos para o orçamento das universidades federais, IFs e cefets, bem como na defesa da educação pública”, afirma o Andes.
Conforme o sindicato, entre as pautas que avançaram na negociação destaca-se o reajuste salarial maior que aquele inicialmente defendido pelo governo, bem como o adiantamento para o mês de abril, da parcela do reajuste em 2026. A proposta acatada pelos professores das universidades e institutos federais prevê a reestruturação da carreira, com ganhos de 9%, em janeiro de 2025; e 3,5%, em maio de 2026. Para os técnicos das universidades e institutos federais, o reajuste ficou em 9% em 2025 e 5% em 2026.
“A continuidade da luta também se dá pela criação dos grupos de trabalho a partir deste acordo firmado com as entidades representantes das trabalhadoras e dos trabalhadores da educação federal. Essa greve demonstrou a força das trabalhadoras e dos trabalhadores e segue firme nas bases do Andes-SN por todo o país. Continuamos unidos na defesa da educação pública federal”, avalia Rubasmate dos Santos, tesoureira da Adufcg SSind e integrante do Comando Nacional de Greve do Andes.
Fonte: https://horadopovo.com.br/servidores-assinam-acordo-com-governo-federal-e-afirmam-que-luta-por-valorizacao-continua/